UOL


São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Preço em queda eleva aposta em corte na Selic

DA REPORTAGEM LOCAL

A deflação registrada pelo IPCA deve aumentar os negócios com juros futuros hoje e reforçar a tendência de queda das projeções de mercado para a taxa de juros.
A queda da inflação deve permitir ao BC ser mais agressivo na política de redução de juros. Essa avaliação deve aumentar as apostas do mercado financeiro na queda da taxa básica de juros, fixada mensalmente pelo Banco Central.
Os contratos futuros já sinalizavam para queda de juros. Os contratos de um mês, que na prática projetam o que o mercado avalia que será a decisão do BC na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), projetavam taxa de 25,1%.
A taxa básica de juros é de 26% ao ano. Ou seja, os contratos futuros mostram apostas de que ela cairá na próxima reunião do Copom. As projeções de consultorias e analistas são de que a queda pode variar de um a dois pontos percentuais -os juros poderiam cair para até 24% ao ano.
O BC usa os juros para controlar a inflação: juros altos elevam o custo do crédito, desaquecem a economia e inibem os aumentos de preços. Como os preços começaram a cair, o governo ganha espaço para diminuir o aperto de crédito e começar a reduzir a taxa básica de juros.
Os efeitos tanto das elevações quanto das reduções da taxa de juros demoram alguns meses para fazer efeito. Assim, as quedas que ocorrerem agora só ajudarão no reaquecimento da economia, avaliam economistas, no último trimestre do ano. O estímulo, ainda assim, vai depender do quanto a taxa vai cair nas próximas reuniões do Banco Central.
As quedas só não podem ser muito agressivas, avaliam os analistas, porque a inflação deve voltar a subir um pouco nos próximos meses. Para a LCA Consultores, a taxa atingiu, neste mês, o fundo do poço, e tende, nos próximos meses, a registrar pequena deflação ou estabilidade e, depois, começar a subir. O motivo: uma série de reajustes de tarifas e preços administrados de serviços públicos, cujos contratos de concessão prevêem reajustes indexados aos índices de inflação.


Texto Anterior: Para indústria, fenômeno pode significar prejuízo e quebradeira
Próximo Texto: Juros reais sobem com inflação menor e podem frear economia
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.