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Preço em queda eleva aposta em corte na Selic
DA REPORTAGEM LOCAL
A deflação registrada pelo IPCA
deve aumentar os negócios com
juros futuros hoje e reforçar a tendência de queda das projeções de
mercado para a taxa de juros.
A queda da inflação deve permitir ao BC ser mais agressivo na política de redução de juros. Essa
avaliação deve aumentar as apostas do mercado financeiro na queda da taxa básica de juros, fixada
mensalmente pelo Banco Central.
Os contratos futuros já sinalizavam para queda de juros. Os contratos de um mês, que na prática
projetam o que o mercado avalia
que será a decisão do BC na próxima reunião do Copom (Comitê
de Política Monetária), projetavam taxa de 25,1%.
A taxa básica de juros é de 26%
ao ano. Ou seja, os contratos futuros mostram apostas de que ela
cairá na próxima reunião do Copom. As projeções de consultorias e analistas são de que a queda
pode variar de um a dois pontos
percentuais -os juros poderiam
cair para até 24% ao ano.
O BC usa os juros para controlar
a inflação: juros altos elevam o
custo do crédito, desaquecem a
economia e inibem os aumentos
de preços. Como os preços começaram a cair, o governo ganha espaço para diminuir o aperto de
crédito e começar a reduzir a taxa
básica de juros.
Os efeitos tanto das elevações
quanto das reduções da taxa de
juros demoram alguns meses para fazer efeito. Assim, as quedas
que ocorrerem agora só ajudarão
no reaquecimento da economia,
avaliam economistas, no último
trimestre do ano. O estímulo, ainda assim, vai depender do quanto
a taxa vai cair nas próximas reuniões do Banco Central.
As quedas só não podem ser
muito agressivas, avaliam os analistas, porque a inflação deve voltar a subir um pouco nos próximos meses. Para a LCA Consultores, a taxa atingiu, neste mês, o
fundo do poço, e tende, nos próximos meses, a registrar pequena
deflação ou estabilidade e, depois,
começar a subir. O motivo: uma
série de reajustes de tarifas e preços administrados de serviços públicos, cujos contratos de concessão prevêem reajustes indexados
aos índices de inflação.
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