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Juros reais sobem com inflação
menor e podem frear economia
DA REPORTAGEM LOCAL
A deflação é uma boa e uma má
notícia para o governo. A boa notícia é que há espaço para reduzir
os juros. A má é que deflação ou
queda da inflação aumenta os juros reais e, portanto, mesmo que
os juros nominais caiam, podem
não ser um grande estímulo para
reaquecer a economia.
Se o BC baixar as taxas de juros,
mas a queda da inflação fizer com
que os juros reais fiquem estáveis,
haverá pouco incentivo para que,
por exemplo, os empresários decidam se endividar para aumentar a produção.
Para tomar um empréstimo, as
empresas levam em consideração
a taxa de juros que pagarão por
ele e a inflação do período. Quando há deflação, os juros reais aumentam. Não porque a taxa de juros seja alterada, mas simplesmente porque o dinheiro passa a
valer mais: se houver deflação em
julho, R$ 100 serão suficiente para
comprar mais coisas em agosto
do que hoje.
Para quem deve dinheiro, isso
significa que, na prática, suas dívidas aumentaram: uma pessoa ou
empresa que deve pagar um empréstimo daqui a um mês, caso
haja deflação, estará abrindo mão
de comprar mais coisas do que o
faria se não tivesse ocorrido queda nos preços.
A deflação também pode dificultar o reaquecimento da economia diminuindo a confiança dos
empresários. Quando um empresário decide produzir determinado número de mercadorias, ele
toma a decisão levando em conta
o preço de mercado previsto para
o produto. "Se os preços caem,
em tese, a empresa terá que vender mais produtos para receber o
mesmo que antes, ou faturar menos do que o previsto", explica o
economista Fernando Cardim, da
UFRJ (Universidade Federal do
Rio de Janeiro)
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