São Paulo, sábado, 10 de julho de 2004

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BANCOS

Calmon de Sá fica impedido por 20 anos de exercer função em empresas abertas

CVM condena ex-dono do Econômico

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O ex-controlador do Banco Econômico Ângelo Calmon de Sá foi condenado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) no processo administrativo que apura as irregularidades na gestão do banco, que culminaram com a intervenção do Banco Central na instituição, em agosto de 1995. Na época, o BC apontou um rombo de cerca de R$ 3 bilhões no caixa do Econômico.
Com a condenação, Calmon de Sá fica impedido de ocupar cargo de administração em qualquer companhia aberta por 20 anos, pena máxima prevista na legislação. Ele poderá recorrer da decisão à própria CVM.
Outras sete pessoas foram condenadas a penas que variam de três a dez anos de inabilitação para a função de administrador. A CVM ainda absolveu 4 dos 12 acusados no processo.
A assessoria de imprensa da CVM informou que Calmon de Sá e os outros condenados terão 30 dias, a partir da data em que forem notificados da sentença, para recorrer da decisão.
Os problemas do ex-banqueiro começaram em 1995, quando o BC interveio no Econômico. A instituição vinha aumentando progressivamente sua necessidade de tomar empréstimos diários no BC para fechar o caixa.
Em 11 de agosto, o Econômico precisava de R$ 3 bilhões, mas só oferecia garantias para R$ 1,9 bilhão, o que motivou a intervenção, atingindo também a corretora, a distribuidora de títulos e a empresa de leasing do grupo.
Embora os técnicos do BC avaliassem a intervenção como a única saída para o banco, a medida provocou forte impacto político. O senador baiano Antonio Carlos Magalhães (PFL) ameaçou romper com o governo FHC. O pefelista acusava o governo de discriminar a Bahia e o Nordeste. Para ele, o Banerj e o Banespa, que passavam por dificuldades semelhantes, não receberam o mesmo tratamento que o Econômico.
Em 1996, o banco Excel assumiu o controle do Econômico, a um custo de mais de R$ 6,5 bilhões aos cofres públicos via Proer. Em julho de 1998, o Excel-Econômico foi vendido ao Bilbao Vizcaya.


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