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MEGAPACOTE
Parte dos recursos obtidos com o Banco Interamericano de Desenvolvimento pode ser usada para crédito à exportação
País obtém US$ 3 bi do Banco Mundial e BID
FABRICIO VIEIRA
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
O governo brasileiro obteve um
empréstimo de US$ 1 bilhão do
BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento) para criar novas linhas de crédito para financiar as exportações brasileiras. O
empréstimo faz parte de um pacote de empréstimos ao país, que
inclui ainda mais US$ 2 bilhões do
Bird (Banco Mundial).
Somando os recursos novos
com os desembolsos já acertados
anteriormente, da ordem de US$
4 bilhões, as duas instituições vão
destinar ao país US$ 7 bilhões, cuja liberação deve ocorrer nos próximos 18 meses.
Esses recursos serão usados para reforçar o pacote de socorro financeiro anunciado pelo FMI
(Fundo Monetário Internacional)
na última quinta-feira. Cerca de
US$ 2 bilhões podem sair ainda
neste ano, segundo previsão de
Marcos Caramuru, secretário de
Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda.
Os saques ocorrem de acordo
com os programas previstos nas
negociações com os bancos. "Os
desembolsos serão feitos como
ocorre tradicionalmente, com a
aprovação de operações uma a
uma", disse Caramuru.
No caso dos recursos do BID
para financiar exportações, a operação ainda terá de ser aprovada
pela diretoria da instituição, segundo o ministro Sergio Amaral
(Desenvolvimento). O repasse
dos recursos para as empresas será feito pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Seca de crédito
A redução das linhas de crédito,
dentre elas as destinadas às exportações, se tornou uma grande
dor de cabeça para as empresas
brasileiras. Mas Caramuru disse
que a expectativa é de que o crédito se abra naturalmente, como
uma resposta do mercado aos
acordos fechados com o FMI, o
Bird e o BID.
O Bird já havia previsto uma liberação de US$ 2,5 bilhões para o
Brasil nos próximos 18 meses. A
esses recursos, o governo conseguiu agora que fossem adicionados US$ 2 bilhões. Ao US$ 1,5 bilhão que estava previsto para o
governo receber do BID, foi adicionado US$ 1 bilhão de recursos
adicionais.
Caramuru afirmou que, teoricamente, o governo poderia receber
os US$ 3 bilhões adicionais, desde
que fossem cumpridas metas sociais, de investimento e outras reformas acordadas com as duas entidades. A liberação de recursos do BID e do Bird estão condicionados a projetos na área social, fiscal, comércio exterior e financeira.
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