São Paulo, sábado, 10 de agosto de 2002

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MEGAPACOTE

Parte dos recursos obtidos com o Banco Interamericano de Desenvolvimento pode ser usada para crédito à exportação

País obtém US$ 3 bi do Banco Mundial e BID

FABRICIO VIEIRA
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

O governo brasileiro obteve um empréstimo de US$ 1 bilhão do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para criar novas linhas de crédito para financiar as exportações brasileiras. O empréstimo faz parte de um pacote de empréstimos ao país, que inclui ainda mais US$ 2 bilhões do Bird (Banco Mundial).
Somando os recursos novos com os desembolsos já acertados anteriormente, da ordem de US$ 4 bilhões, as duas instituições vão destinar ao país US$ 7 bilhões, cuja liberação deve ocorrer nos próximos 18 meses.
Esses recursos serão usados para reforçar o pacote de socorro financeiro anunciado pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) na última quinta-feira. Cerca de US$ 2 bilhões podem sair ainda neste ano, segundo previsão de Marcos Caramuru, secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda.
Os saques ocorrem de acordo com os programas previstos nas negociações com os bancos. "Os desembolsos serão feitos como ocorre tradicionalmente, com a aprovação de operações uma a uma", disse Caramuru.
No caso dos recursos do BID para financiar exportações, a operação ainda terá de ser aprovada pela diretoria da instituição, segundo o ministro Sergio Amaral (Desenvolvimento). O repasse dos recursos para as empresas será feito pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Seca de crédito
A redução das linhas de crédito, dentre elas as destinadas às exportações, se tornou uma grande dor de cabeça para as empresas brasileiras. Mas Caramuru disse que a expectativa é de que o crédito se abra naturalmente, como uma resposta do mercado aos acordos fechados com o FMI, o Bird e o BID.
O Bird já havia previsto uma liberação de US$ 2,5 bilhões para o Brasil nos próximos 18 meses. A esses recursos, o governo conseguiu agora que fossem adicionados US$ 2 bilhões. Ao US$ 1,5 bilhão que estava previsto para o governo receber do BID, foi adicionado US$ 1 bilhão de recursos adicionais.
Caramuru afirmou que, teoricamente, o governo poderia receber os US$ 3 bilhões adicionais, desde que fossem cumpridas metas sociais, de investimento e outras reformas acordadas com as duas entidades. A liberação de recursos do BID e do Bird estão condicionados a projetos na área social, fiscal, comércio exterior e financeira.



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