São Paulo, sábado, 10 de agosto de 2002

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ÁGUIA EM TRANSE

Taxa de expansão do indicador fica em 1,1% no 2º trimestre, contra 8,6% nos três primeiros meses

Produtividade já cresce menos nos EUA

DA REDAÇÃO

Em mais um indicador de que a atividade econômica norte-americana voltou a perder intensidade, a produtividade cresceu a uma taxa anualizada de apenas 1,1% no segundo trimestre. No primeiro trimestre, a produtividade (total produzido por trabalhador por hora) havia saltado 8,6%, o maior ritmo em quase 20 anos.
Os analistas já previam que haveria uma desaceleração, refletindo a própria queda na atividade econômica. No segundo trimestre, o PIB (Produto Interno Bruto) expandiu-se a uma taxa anualizada de 1,1%, depois de ter crescido a um ritmo de 5% nos três primeiros meses do ano.
Desde o segundo trimestre do ano passado a produtividade não crescia tão pouco. Mas ainda assim ficou acima do que estimavam alguns analistas.
"Trata-se de uma queda temporária e esperada", disse Ken Mayland, presidente da consultoria ClearView Economics. "Não há a menor dúvida de que, assim que a economia se recuperar, a produtividade também vai crescer."
Nos 12 meses encerrados em junho, a produtividade da economia norte-americana cresceu 4,7%. "Isso é enorme", comentou Mayland.
As empresas, ante um cenário econômico incerto, resistem a contratar novos funcionários e a fazer investimentos.
Isso acaba restringindo as perspectivas de recuperação. Com a produtividade em baixa, o gasto relativo com mão-de-obra aumentou. No trimestre passado, o custo de cada trabalhador cresceu a uma taxa anualizada de 2,4%. Nos três meses antecedentes, o indicador tinha mostrado uma queda de 4,6%.
O Departamento do Trabalho também revisou os números de anos anteriores. No ano passado, a produtividade cresceu 1,1%, e não 1,9%, como fora relatado. O crescimento de 2000 foi cortado de 3,3% para 2,9%. O desempenho de 1999 aparece um pouco melhor -crescimento de 2,4% em vez de 2,3%.
Alan Greenspan, o presidente do Federal Reserve (banco central dos EUA), vem dando declarações otimistas sobre o avanço da produtividade no futuro. Greenspan, entre outros economistas, defende que os fortes ganhos durante os anos 90 não se deveram exclusivamente à introdução de novas tecnologias, mas foram resultado também de um avanço estrutural mais profundo e duradouro na maneira como as empresas são administradas.
Ganhos em produtividade permitem que as companhias tenham uma maior margem de lucro e paguem mais para seus funcionários. Além disso, ajudam a conter a inflação.


Com agências internacionais


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