São Paulo, terça-feira, 10 de agosto de 2004

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Governo espera avanço em proposta européia

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo brasileiro está otimista com a retomada das negociações comerciais entre o Mercosul e a União Européia. No final do mês passado, o Mercosul havia suspendido as negociações para forçar os europeus a melhorarem sua oferta agrícola. Hoje a UE deve apresentar nova proposta na área agrícola e o Brasil, em contrapartida, deve melhorar sua oferta para serviços, compras governamentais e investimentos.
A União Européia havia oferecido acesso adicional de US$ 1,2 bilhão aos produtos agrícolas do Mercosul, mas essa cota seria parcelada em dez anos, o que desagradou aos brasileiros e causou a suspensão das negociações.
"Não acredito que [a proposta da União Européia] vá ser igual, porque senão nós estamos perdendo novamente tempo. Seria uma perda de tempo e de passagens aéreas", disse ontem Mário Mugnaini, secretário-executivo da Camex (Câmara de Comércio Exterior).
Em análises feitas no Brasil, o fato de os europeus terem parcelado o acesso adicional aos produtos agrícolas do Mercosul seria um "bode na sala" -ou seja, teria sido inventado para depois ser retirado e, dessa forma, uma proposta anterior já considerada insuficiente fosse aprovada.
As principais demandas agrícolas do Mercosul dizem respeito ao acesso da carne (bovina e frango), do trigo e do álcool ao mercado europeu.
Já os europeus querem acesso a serviços, como o transporte marítimo de cabotagem (ao longo costa do continente), liberdade para a instalação de bancos e participação em licitações de compras governamentais.


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