São Paulo, terça-feira, 10 de agosto de 2004

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PRODUÇÃO

Estado colherá 3,7 milhões de toneladas, contra a previsão inicial de 5,7 milhões; Centro-Oeste garante estoques

Colheita do milho safrinha despenca no PR

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

A colheita do milho safrinha, em fase final no Paraná, mostrou recuo de 35% na produção do Estado em relação às estimativas iniciais. O bom desempenho do milho safrinha, no entanto, na região Centro-Oeste, não irá afetar a oferta do produto no país.
Com estimativa inicial de produzir 5,7 milhões de toneladas na safrinha, o Paraná vai colher 3,7 milhões. O recuo é maior se for comparado o resultado desta safra com a passada, quando o Estado colheu 6 milhões de toneladas.
Estiagem no início do plantio, geadas e depois chuvas no final do ciclo foram os componentes climáticos responsáveis pela má performance da safrinha.
A produção nacional de milho safrinha -que é plantado logo após a safra de verão, a principal em termos de volume- deve ficar em 9,9 milhões de toneladas, de acordo com estimativas da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), graças aos bons desempenhos das lavouras do Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás).
Com a produção da safra de verão, que ficou em 32,4 milhões de toneladas, e com estoques remanescentes de 6,5 milhões de toneladas, o país não deverá ter problemas no abastecimento.
Segundo Vera Zardo, técnica do Deral (Departamento de Economia Rural) do Paraná, os principais consumidores internos de milho -avicultores e criadores de suínos- não devem esperar alta de preços devido ao recuo da safra paranaense.
O consumo interno de milho neste ano deverá ficar em 40,4 milhões de toneladas. O país deverá exportar 4,5 milhões de toneladas. Apesar do quadro positivo, o país se prepara para a safra de verão com estoques remanescentes menores, estimados em cerca de 4 milhões de toneladas.
Segundo Zardo, a preocupação da cadeia do milho deve estar voltada para a safra de verão, que dependerá do desempenho do preço da soja no mercado externo para ter ou não expansão de área.
Para este semestre, os preços podem não ser muito favoráveis para os produtores, mesmo com a queda na safrinha. Os EUA devem colher safra recorde, o que vai derrubar as cotações no mercado internacional, um dos balizadores dos preços e do volume das exportações brasileiras.


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