São Paulo, segunda-feira, 10 de agosto de 2009

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Investidor revê aplicações em renda fixa

Com a Selic menor, pequenas diferenças de retorno ganham relevância no momento de definir os investimentos em fundos

Até julho, rentabilidade da previdência privada com renda fixa bateu os concorrentes, com 6,74%; poupança ficou em 4,21%


FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A queda da taxa básica Selic para 8,75% ao ano, seu menor patamar desde a criação do Copom, em 1996, tem feito muitos investidores reavaliarem suas aplicações de renda fixa. Com a taxa de referência do mercado em níveis tão baixos, as pequenas diferenças de retorno que pode haver entre as aplicações ganharam relevância.
A rentabilidade média registrada pelas aplicações que pagam juros mostra bem as diferenças que há no mercado. No acumulado do ano, até o fim de julho, a previdência privada com renda fixa bateu os concorrentes, com retorno de 6,74%. Os fundos de renda fixa pagaram 6,53%; os DI, 6,34%; e os CDBs, 6,01% na média. A poupança ficou em 4,21%.
Diferentemente do que o investidor menos experiente possa pensar, as aplicações que rendem juros não dão o mesmo retorno: as rentabilidades costumam variar de um banco para outro, de uma aplicação para outra. Por isso, aconselham os analistas, informar-se e pesquisar é cada vez mais relevante.
"O investidor tem demonstrado ter mais conhecimento hoje do que há alguns anos. E, com o atual cenário de juros baixos, tem de existir um maior cuidado na hora de escolher a aplicação", diz Renato Ramos, diretor de renda fixa da HSBC Global Asset Management.
Apenas a poupança não exige maior atenção dos investidores. Isso porque sua rentabilidade é fixada pelo BC e, independentemente do banco ou da quantidade aplicada, a taxa paga ao cliente será a mesma.
"As diferenças entre os retornos das aplicações que pagam juros ganharam destaque com o processo de redução da Selic. Qualquer 0,5% de retorno faz atualmente bastante diferença", afirma Mauro Calil, do Centro de Estudos e Formação de Patrimônio Calil & Calil.
A taxa Selic serve apenas de parâmetro para os juros praticados no mercado financeiro. Quem mais se aproxima da Selic são os fundos DI. Isso ocorre porque esses fundos precisam ter, no mínimo, 95% do valor de sua carteira em títulos ou operações que busquem acompanhar as variações do CDI ou da Selic. O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é um título negociado entre os bancos e segue de perto a Selic.
No caso dos fundos de renda fixa, os títulos que entram em suas carteiras podem ser um pouco mais variados, desde que se foquem em papéis que paguem juros ou mesmo oscilação de índices de preço.
Já os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) são emitidos e vendidos pelos bancos a seus clientes. A rentabilidade dos CDBs varia de acordo com a disposição do banco em pagar determinada taxa. Se a taxa média dos CDBs acumulada no ano ficou em 6,01%, a taxa máxima alcançou os 6,54%.


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