São Paulo, quinta-feira, 10 de outubro de 2002

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TRANSE

Dólar vai a R$ 3,875, alta de 67,46% no ano; inflação de setembro é a maior desde 95; reposição salarial é a menor desde 99

Dólar sobe, inflação cresce, salário patina

DA REDAÇÃO

O aumento de 67,46% da cotação do dólar neste ano contaminou a inflação, e o contágio começa a se disseminar por todos os preços, de alimentos a eletrodomésticos. Ontem, quando a desvalorização do real se aproximou mais uma vez do nível recorde, o IBGE anunciou que a inflação de setembro foi a maior neste mês desde 1995, o primeiro ano de governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.
O dólar foi ontem a R$ 3,875, pressionado pelos pesados pagamentos de dívidas de empresas no exterior que vencem este mês. A inflação de setembro, medida pelo índice oficial, o IPCA, bateu em 0,72%, acumulando 5,6% no ano.
Embora a maioria (58%) das categorias profissionais que negociaram salários no primeiro semestre tenha conseguido reajustes iguais ou maiores que a inflação, os acordos trabalhistas foram os menos favoráveis desde 1999. Naquele ano, ocorreram o fim da política de câmbio controlado do governo FHC e a primeira maxidesvalorização do real.
Segundo pesquisa nacional do Dieese, no primeiro semestre de 1999, 55% das categorias pesquisadas conseguiram repor a parcela dos salários corroída pela inflação. Em 2000 e 2001, o percentual de acordos que obtiveram esse mesmo resultado foi de 68%.
Economistas ouvidos pela Folha prevêem uma inflação de 7,5% a 8% neste ano. O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, disse ontem que não há muito o que fazer em relação ao nervosismo no mercado e que os candidatos à Presidência têm de ser cuidadosos em suas declarações sobre o assunto a fim de evitar que tensão aumente ainda mais.


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