GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.

O deputado reeleito Delfim Netto (PPB-SP), 74, diz que o Banco Central tem instrumentos para conter a alta do dólar dos últimos dias. Ele acha que, ao tentar responsabilizar o processo eleitoral pela alta do dólar, o BC está tentando arrumar um culpado, quando a culpa é do próprio governo.
Para Delfim, durante a campanha no primeiro turno, os programas dos candidatos, inclusive o do PT, já mostraram com clareza suas propostas para a economia. "Só não está claro para quem não quer ver", afirmou.
Na terça-feira à tarde, Delfim se encontrou em São Paulo com o candidato petista à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, com o presidente do PT, José Dirceu, e com Antônio Palocci, coordenador do programa de governo do partido. Ele saiu convencido de que tudo o que foi prometido pelo PT durante a campanha será cumprido, caso o partido ganhe as eleições.
De acordo com Delfim, "se o PT realmente ganhar a eleição, o partido vai tentar operar o Congresso para acelerar algumas medidas, como a autonomia do Banco Central".
Além disso, Delfim disse que outras medidas necessárias para o país também serão defendidas pelo PT, como eliminar algumas dificuldades tributárias que existem tanto para a importação como para a exportação.
O Orçamento federal de 2003 também será aprovado com o superávit primário de 3,75% do PIB determinado no acordo com o FMI, segundo Delfim. "Não há nenhuma possibilidade de agir de forma diferente. Se ganhar as eleições, o PT irá receber um país empacotado", afirmou.
Delfim afirmou que um dos motivos que o levou a defender o PT é o fato de o governo estar tentando fazer uma espécie de terrorismo eleitoral em torno da vitória de Lula.
"Isso é uma violação do processo eleitoral", afirmou. "É por essas coisas que a eleição de Lula faz cada vez mais sentido." Para Delfim, o atual governo vai deixar o país quebrado para o sucessor.


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