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Para analistas, bancos não desovarão dólares
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os analistas não esperam uma
desova de dólares por parte dos
maiores bancos nacionais nos
próximos dias, em decorrência da
norma anunciada pelo Banco
Central na segunda-feira para diminuir a pressão sobre o câmbio.
Banco do Brasil, Bradesco, Itaú
e Unibanco estão com folga de capital para o nível de exposição em
câmbio que têm, de acordo com
os limites de alavancagem definidos pelo acordo da Basiléia, que
norteia a medida adotada pelo
BC. "Ninguém vai precisar vender dólar para se enquadrar", diz
Marcos Brandão, analista da corretora Fator Doria Atherino.
O índice da Basiléia é um limite
de exposição dos bancos a riscos.
Dessa forma, a alavancagem
[aplicações acima do valor do patrimônio dos bancos" do sistema
é limitada.
Esse índice é adaptado pelas autoridades de cada país às suas
condições específicas. "Pelas normas da Basiléia, a média mundial
de alavancagem recomendada
para aplicações é 8%; no Brasil é
11%", diz Catarina Pedrosa, analista do BBV Banco. O índice é decrescente quanto mais capital a
instituição tem para garantir suas
aplicações em diferentes ativos.
Segundo Brandão, o Itaú é o
banco com maior folga de alavancagem em relação ao índice de
11% estabelecido pelo BC. A posição líquida do banco em câmbio
era de R$ 3,99 bilhões, no balanço
trimestral encerrado em junho. O
índice de Basiléia do Itaú era, então, 16,3% e deve ser reduzido para 14,8%, ainda com uma grande
folga em relação ao limite mínimo
de 11% definido pelo BC. "O Itaú é
o banco que sofreu o maior impacto com a medida, mas é também o que tem maior folga para
disponibilizar capital para garantir essa posição", acrescenta.
O Bradesco, terá de reduzir seu
índice de Basiléia em apenas 0,5
ponto, indo para 12,4%, ainda
com folga em relação ao mínimo.
O Banco do Brasil tinha em junho
uma exposição cambial de apenas
R$ 501 milhões e está próximo do
seu limite que é de 5%.
O Unibanco também estaria
com folga pra cobrir as exigências
de capital.
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