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CRISE NO VIZINHO
Quitação de débito com aval do organismo é adiada por 60 dias
Argentina não paga dívida com Bird
JOÃO SANDRINI
DE BUENOS AIRES
O Bird (Banco Mundial) terá de
pagar no dia 15 deste mês uma dívida de US$ 250 milhões contraída pelo governo argentino com
credores privados.
O Ministério da Economia informou que vai adiar por pelo
menos 60 dias o pagamento da dívida, que tem o aval do organismo
financeiro, que, por isso, ficará
obrigado a honrá-la.
Além disso, o governo também
informou que não vai pagar outra
dívida de US$ 800 milhões com o
Bird que também vence no dia 15,
mas pode ser rolada automaticamente até 9 de novembro.
As ameaças de calote fazem parte da estratégia do governo argentino de pressionar o FMI (Fundo
Monetário Internacional) a fechar
um rápido acordo que possibilite
a rolagem de ao menos todas as
dívidas com os organismos internacionais.
Sem efeito
A estratégia, no entanto, não teve efeito imediato. A vice-diretora-gerente do Fundo, Anne Krueger, disse ontem que o organismo
ainda não negocia os valores da
ajuda financeira que poderia ser
liberada para a Argentina.
Apesar das complicadas negociações, o governo esperava ficar
mais próximo do acordo na noite
de ontem, quando a Câmara deveria analisar o processo de impeachment dos juízes da Corte
Suprema.
O processo de impeachment foi
aberto há sete meses devido a supostas irregularidades cometidas
pelos juízes em diversas causas.
No entanto, o governo pressiona os deputados a encerrá-lo porque, em sua avaliação, ao evitar o
confronto com a Corte Suprema,
ela deixaria de ditar sentenças que
prejudicam a economia argentina
e paralisam as negociações com o
Fundo.
Até o fechamento desta edição,
o governo havia conseguido reunir no plenário da Câmara os 129
deputados necessários para encerrar o processo.
No entanto, os deputados ainda
analisariam outros projetos antes
de avaliar o caso da Corte. As votações poderiam terminar de madrugada.
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