São Paulo, quinta-feira, 10 de outubro de 2002

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Instituição acaba com sistema de garantia

MARCIO AITH
DE WASHINGTON

No mesmo dia em que tomou um calote da Argentina, o Bird (Banco Mundial) disse ter decidido acabar com uma das formas pelas quais vinha permitindo aos países emergentes alavancarem a emissão de seus títulos. A informação foi divulgada ontem por uma fonte do banco.
O Bird anunciou que honrará um calote de US$ 250 milhões que foi dado pelo governo da Argentina num grupo de credores privados. Ao dar o calote nesses credores, a Argentina obrigou o Bird a saldar a dívida porque o banco garantira parcialmente esses títulos na data de sua emissão, em 1999.
A garantia concedida ao governo argentino chamava-se "garantia rotativa reinstalável", justamente o tipo de garantia criada pelo banco em 1999 e que foi abolida em 2002.
Esse contrato permitia que uma garantia do Bird "pulasse" de uma série de títulos de um país para a série seguinte à medida que seus prazos de pagamento venciam e os papéis eram quitados pelo credor (o país emergente). Se o país desse o calote nos credores de uma determinada série -como ocorreu agora com a Argentina-, o banco garantiria o pagamento dessa série, mas não os das séries seguintes.
O funcionário disse que a decisão de não usar mais esse tipo de garantia foi tomada há seis meses, embora o Bird tenha divulgado a decisão somente agora. Segundo ele, a decisão não resulta do calote da Argentina, mas da relação custo-benefício desse tipo de contrato.
Desde 1999, o Bird já empregou a garantia rotativa em emissões da Argentina, da Colômbia e da Tailândia.


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