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Instituição acaba
com sistema
de garantia
MARCIO AITH
DE WASHINGTON
No mesmo dia em que tomou
um calote da Argentina, o Bird
(Banco Mundial) disse ter decidido acabar com uma das formas pelas quais vinha permitindo aos países emergentes
alavancarem a emissão de seus
títulos. A informação foi divulgada ontem por uma fonte do
banco.
O Bird anunciou que honrará
um calote de US$ 250 milhões
que foi dado pelo governo da
Argentina num grupo de credores privados. Ao dar o calote
nesses credores, a Argentina
obrigou o Bird a saldar a dívida
porque o banco garantira parcialmente esses títulos na data
de sua emissão, em 1999.
A garantia concedida ao governo argentino chamava-se
"garantia rotativa reinstalável",
justamente o tipo de garantia
criada pelo banco em 1999 e
que foi abolida em 2002.
Esse contrato permitia que
uma garantia do Bird "pulasse"
de uma série de títulos de um
país para a série seguinte à medida que seus prazos de pagamento venciam e os papéis
eram quitados pelo credor (o
país emergente). Se o país desse
o calote nos credores de uma
determinada série -como
ocorreu agora com a Argentina-, o banco garantiria o pagamento dessa série, mas não
os das séries seguintes.
O funcionário disse que a decisão de não usar mais esse tipo
de garantia foi tomada há seis
meses, embora o Bird tenha divulgado a decisão somente
agora. Segundo ele, a decisão
não resulta do calote da Argentina, mas da relação custo-benefício desse tipo de contrato.
Desde 1999, o Bird já empregou a garantia rotativa em
emissões da Argentina, da Colômbia e da Tailândia.
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