São Paulo, quinta-feira, 10 de outubro de 2002

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EUROPA

Preocupado, governo diz que especulação sobre insolvência é exagerada

Crise desestabiliza bancos alemães

DA REDAÇÃO

As autoridades econômicas da Alemanha lançaram ontem uma operação de recuperação da confiança no sistema bancário do país. A atuação conjunta do banco central e do Ministério das Finanças ajudou as ações dos principais bancos alemães a recuperar parte das enormes perdas sofridas nas últimas semanas.
As ações do Commerzbank, que haviam caído aos menores patamares em 20 anos, subiram 8%. Mas ainda persistem as dúvidas sobre a liquidez da instituição, e muitos analistas comentam que o banco pode ser vendido.
Já a seguradora Allianz caiu 5%, depois de ser rebaixada pela agência de classificação de crédito Moody's.
O Dresdner Bank, controlado pela Allianz, também teve sua classificação rebaixada pela mesma agência e pela Standard & Poor's. Segundo a Moody's, o segundo maior banco alemão passa por uma "deterioração de seus fundamentos financeiros".

"Exagero"
Edgar Meister, membro do conselho do Bundesbank (banco central alemão), disse que o sistema financeiro do país permanece estável, a despeito das dificuldades. Mas Meister reconheceu que algumas instituições menores poderão entrar em colapso.
"Não se pode descartar a existência de casos isolados de insolvência se a fraqueza econômica continuar", afirmou o diretor do Bundesbank.
Um porta-voz das Finanças afirmou que "o ministro considera exageradas as especulações sobre uma crise no setor". Mas o porta-voz afirmou que a situação será observada de perto.
Desde o começo do ano, a Bolsa de Frankfurt já perdeu mais de metade de seu valor. A retórica do governo evitou um tombo maior das ações de bancos ontem, mas as perdas das montadoras e de tecnológicas fizeram o índice DAX cair 0,92%.

Demissões
Outro setor duramente castigado pela estagnação econômica é o de telecomunicações.
A Deutsche Telekom fará uma dramática reestruturação que eliminará 50 mil empregos, ou um quinto de seu pessoal, até 2005. Desde seu pico em 2000, as ações da Deutsche Telekom já perderam 90% de seu valor.
Do total do cortes, 30 mil, que atingirão as operações de telefonia fixa, já haviam sido anunciados. A nova rodada de demissões atingirá as operações de telefonia celular, engenharia e rede de cabos de TV.
A taxa de desemprego na Alemanha, a maioria economia da Europa e terceira do planeta, está em torno de 10%.

Montadoras cedem
Quase todos os mercados europeus fecharam em baixa, sob a influência dos EUA e com a preocupação dos efeitos da desaceleração econômica no setor automotivo. O Morgan Stanley e o Crédit Suisse First Boston reduziram suas expectativas de produção de automóveis para 2003 na Europa.
Como resultado, as ações da Renault caíram 4%, e as da Peugeot recuaram 3,4%. A Bolsa de Paris encerrou com queda de 1,4%.


Com agências internacionais

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