São Paulo, quinta-feira, 10 de outubro de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Bolsa movimenta apenas R$ 373,081 mi; juros futuros acompanham o dólar e fecham em alta

Com giro pequeno, Bovespa cai mais 1,48%

DA REPORTAGEM LOCAL

Em seu terceiro pregão consecutivo de queda, a Bolsa de Valores de São Paulo fechou ontem com baixa de 1,48%, para 8.714 pontos. Na semana, o Ibovespa acumula perda de 5,88%. O giro financeiro continuou pequeno -ficou em R$ 373,081 milhões.
Segundo projeções do mercado, para encerrar um mês com o balanço no azul, a Bolsa precisa movimentar, por dia, pelo menos R$ 400 milhões. Na segunda-feira, a Bolsa girou R$ 271,9 milhões e, na terça-feira, R$ 431,274 milhões.
A alta do dólar voltou a beneficiar os papéis do setor exportador. Vale do Rio Doce PNA subiu 2,3%; Aracruz PNB, 2%. A maior alta foi a dos papéis preferenciais da Tele Centro-Oeste, que subiram 4,8%.
As ações da Petrobras foram as mais negociadas do Ibovespa. O papel preferencial da petrolífera caiu 0,75%; o ordinário, 0,94%.
Ações de bancos caíram forte, mais uma vez. Bradesco PN fechou com baixa de 2,43% e Itaú PN caiu 3,61%.
Os bancos nacionais possuem forte exposição em títulos públicos e são afetados pela crise de confiança em relação ao Brasil.
Os C-Bonds, títulos da dívida externa brasileira, se desvalorizaram 5,8% e fecharam a US$ 0,4944. Houve o boato de que um grande fundo de "hedge" estrangeiro estaria se desfazendo dos papéis brasileiros, o que intensificou a venda dos títulos.
Os investidores continuam pessimistas em relação ao Brasil por conta da indefinição no cenário político e as consequências que ela traz para a concessão de crédito para o país.
A turbulência, no entanto, está longe de terminar, diz Wilson Ramião, do Lloyds TSB. Ele afirma que as principais preocupações do mercado são o segundo turno das eleições, a volta do crédito externo ao país e a rolagem da dívida pública atrelada ao dólar.
"Apenas a eleição será definida no curto prazo. Mas, ainda assim, conhecido o novo presidente, o mercado terá novas dúvidas, como a composição da equipe econômica, se confirmada a vitória de Lula". Pela avaliação do economista, o mercado prosseguirá volátil até o final do ano.
As projeções para os juros futuros acompanharam o dólar e subiram. Os contratos para janeiro de 2003, os mais negociados na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), passaram de 20,37% para 20,87%. (ANA PAULA RAGAZZI)


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