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MERCADO FINANCEIRO
Bolsa movimenta apenas R$ 373,081 mi; juros futuros acompanham o dólar e fecham em alta
Com giro pequeno, Bovespa cai mais 1,48%
DA REPORTAGEM LOCAL
Em seu terceiro pregão consecutivo de queda, a Bolsa de Valores de São Paulo fechou ontem
com baixa de 1,48%, para 8.714
pontos. Na semana, o Ibovespa
acumula perda de 5,88%. O giro
financeiro continuou pequeno
-ficou em R$ 373,081 milhões.
Segundo projeções do mercado,
para encerrar um mês com o balanço no azul, a Bolsa precisa movimentar, por dia, pelo menos R$
400 milhões. Na segunda-feira, a
Bolsa girou R$ 271,9 milhões e, na
terça-feira, R$ 431,274 milhões.
A alta do dólar voltou a beneficiar os papéis do setor exportador. Vale do Rio Doce PNA subiu
2,3%; Aracruz PNB, 2%. A maior
alta foi a dos papéis preferenciais
da Tele Centro-Oeste, que subiram 4,8%.
As ações da Petrobras foram as
mais negociadas do Ibovespa. O
papel preferencial da petrolífera
caiu 0,75%; o ordinário, 0,94%.
Ações de bancos caíram forte,
mais uma vez. Bradesco PN fechou com baixa de 2,43% e Itaú
PN caiu 3,61%.
Os bancos nacionais possuem
forte exposição em títulos públicos e são afetados pela crise de
confiança em relação ao Brasil.
Os C-Bonds, títulos da dívida
externa brasileira, se desvalorizaram 5,8% e fecharam a US$
0,4944. Houve o boato de que um
grande fundo de "hedge" estrangeiro estaria se desfazendo dos
papéis brasileiros, o que intensificou a venda dos títulos.
Os investidores continuam pessimistas em relação ao Brasil por
conta da indefinição no cenário
político e as consequências que
ela traz para a concessão de crédito para o país.
A turbulência, no entanto, está
longe de terminar, diz Wilson Ramião, do Lloyds TSB. Ele afirma
que as principais preocupações
do mercado são o segundo turno
das eleições, a volta do crédito externo ao país e a rolagem da dívida pública atrelada ao dólar.
"Apenas a eleição será definida
no curto prazo. Mas, ainda assim,
conhecido o novo presidente, o
mercado terá novas dúvidas, como a composição da equipe econômica, se confirmada a vitória
de Lula". Pela avaliação do economista, o mercado prosseguirá volátil até o final do ano.
As projeções para os juros futuros acompanharam o dólar e subiram. Os contratos para janeiro
de 2003, os mais negociados na
BM&F (Bolsa de Mercadorias &
Futuros), passaram de 20,37% para 20,87%.
(ANA PAULA RAGAZZI)
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