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Argentina teme efeitos do real desvalorizado
ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES
A crise internacional
pode abalar mais uma vez
a paz nas relações comerciais entre Brasil e Argentina, após os desentendimentos na Rodada Doha
da OMC. No país vizinho,
acreditam que a desvalorização do real, ocasionada
pela crise, provocará duas
invasões: de produtos brasileiros na Argentina e de
turistas argentinos no
Brasil.
Empresários temem
que o real desvalorizado e
a queda na demanda de
produtos brasileiros pelos
EUA e pela Europa aumentem ainda mais o superávit comercial do Brasil na relação bilateral.
""É um perigo real e,
mesmo que não possamos
supor que todas as exportações que iriam para os
EUA venham para a Argentina, temos que estar
preparados", disse o presidente da União Industrial
Argentina, Juan Carlos
Lascurain, à imprensa local.
Lascurain afirmou que
o governo deve adotar
medidas para proteger a
indústria local de uma
possível invasão brasileira. Apesar de formalmente os dois países afirmarem que sua maior preocupação é uma possível
invasão de produtos asiáticos, o governo argentino
já estaria estudando aplicar o mecanismo de adaptação competitiva, assinado com o Brasil.
O convênio permite
frear importações no âmbito do Mercosul se há
ameaça de dano a um setor
produtivo.
Invasão argentina
Como resposta à possível invasão de produtos
brasileiros, a desvalorização do real também pode
provocar uma nova invasão de argentinos nas
praias brasileiras.
"O Brasil havia se tornado um destino muito caro
e volta a ser uma opção
apetecedora para os argentinos", disse o presidente da Associação Argentina de Agências de
Viagens e Turismo, Ricardo Roza, ao jornal "La Nación".
Empresários do setor já
discutem medidas para
evitar um êxodo nas praias
argentinas no verão como
o que aconteceu em 1999,
com a desvalorização do
real.
Como medida de proteção, o chanceler argentino,
Jorge Taiana, sugeriu reunião do Conselho do Mercado Comum, que reúne
ministros de Economia e
chanceleres do Mercosul.
No entanto, a reunião deve
ser convocada pelo Brasil,
que têm a presidência pro
tempore do bloco.
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