|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TELEFONIA
Fernando Xavier confirma que estatal está investindo US$ 80 milhões em ações
Telebrás investe em estatal portuguesa
da enviada especial a Foz do Iguaçu
A Telebrás vai gastar US$ 80 milhões na compra de 1% do capital
da estatal Portugal Telecom que
está em fase final de privatização.
A compra foi confirmada ontem
pelo presidente da Telebrás, Fernando Xavier, e faz parte do acordo entre os dois governos na criação da Aliança Atlântica. Até o final do ano, em contrapartida, a telefônica portuguesa comprará
ações da Telebrás, também no valor de US$ 80 milhões.
Com a proximidade da privatização das telefônicas estatais brasileiras, programada para o ano que
vem, o governo ainda não decidiu
o destino que dará às ações do grupo português que estão sendo adquiridas pela Telebrás.
Elas tanto poderão continuar nas
mãos do governo -como um patrimônio da União- quanto serem repassadas ao setor privado
durante a privatização das subsidiárias do Sistema Telebrás.
Na verdade, o governo ainda não
definiu sequer o futuro da empresa
Telebrás. O modelo de privatização anunciado pelo ministro Motta prevê que as 27 empresas de telefonia fixa da Telebrás serão vendidas na forma de três empresas regionais.
A Telesp, que representa 40% do
volume de tráfego telefônico, será
vendida sozinha. As outras 26 serão agrupadas em duas empresas
regionais. A Embratel será privatizada em processo à parte.
Empresa de gaveta
A Telebrás poderá continuar
existindo como uma empresa de
gaveta, sem vida ativa, afirmou o
ministro das Comunicações, Sérgio Motta. Se prevalecer essa hipótese, ela poderá continuar com as
ações da Portugal Telecom.
Xavier disse que a parceria entre
Brasil e Portugal na telefonia internacional começou em 1994 com
um acordo entre a Embratel e sua
congênere portuguesa Marconi.
Logo em seguida, visando à privatização, o governo daquele país
agrupou suas cinco estatais da área
em um único conglomerado e
transformou a Portugal Telecom
na empresa-mãe do sistema.
Holding
Sob o guarda-chuva da holding
estão a Marconi (que faz as ligações internacionais), a TMN (serviço celular), a TV a cabo e a Portugal Telecom Internacional, que
tem ações de telefônicas de ex-colônias e imprime listas telefônicas
no Quênia e Uganda.
A Aliança Atlântica é uma empresa, da qual a Telebrás tem metade das ações. A outra metade é da
Portugal Telecom. Segundo Xavier, a estatal brasileira vai comprar, diretamente, 0,75% do capital da holding portuguesa e mais
0,25% por meio da Aliança Atlântica.
O governo português vendeu
ontem 20% das ações da Portugal
Telecom nas Bolsas de Nova York,
Londres e Lisboa e, em negociação
à parte, vendeu 3,5% para a Telefônica da Espanha, 1% para a British Telecom e 0,5% para a MCI,
dos Estados Unidos, além do 1%
vendido à Telebrás.
Com isso, o governo português
passa à condição de acionista minoritário do conglomerado, ficando com apenas 25%. Os outros
49% já estavam privatizados.
(ELVIRA LOBATO)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|