São Paulo, terça-feira, 10 de dezembro de 2002

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VIZINHO EM CRISE

Pignanelli fica no cargo até sair sucessor

Duhalde aceita pedido de renúncia do presidente do BC da Argentina


DE BUENOS AIRES

O presidente da Argentina, Eduardo Duhalde, aceitou ontem pela manhã a renúncia do presidente do Banco Central do país, Aldo Pignanelli, que havia apresentado sua carta de demissão na última quinta-feira, em meio a disputas com o ministro da Economia, Roberto Lavagna.
O presidente do BC argentino e Lavagna disputavam o controle da política econômica do país. Entre as principais polêmicas entre os dois está o calote em novembro de uma dívida de US$ 805 milhões com o Banco Mundial. Lavagna defendia, com o apoio de Duhalde, o não-pagamento. Pignanelli se opunha ao calote, mas foi vencido pelo ministro.
Quando surgiu a possibilidade de a Corte Suprema do país "redolarizar" os depósitos retidos nos bancos, Lavagna criticou publicamente a proposta do chefe do BC de emitir títulos públicos para que os bancos pudessem devolver os depósitos aos clientes. Segundo o ministro, a emissão de títulos aumentaria demasiadamente a dívida pública e seria um obstáculo a mais para o fechamento de um acordo com o FMI. Para o Ministério da Economia, o BC argentino estaria mais propenso a atender a interesses do mercado financeiro que aos interesses do governo.
Duhalde solicitou a Pignanelli que continue no cargo até que um sucessor seja nomeado. O presidente se reuniu com Lavagna no início da tarde para discutir nomes para chefiar o banco. O mais cotado é Jorge Levy, atual superintendente de Entidades Financeiras e Cambiárias da instituição, membro da diretoria do BC mais próximo do presidente Duhalde.


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