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Vendas para o vizinho
já estavam em queda
DA REPORTAGEM LOCAL
Desde que a crise financeira da
Argentina tornou-se mais aguda,
no segundo trimestre do ano passado, as exportações brasileiras
para aquele país foram minguando. Em parte, devido ao esfriamento da demanda de lá. Mas razões financeiras também contribuíram para a queda brusca desse
comércio nos últimos meses.
Para que a exportação se concretize, é necessário um crédito,
dado ao importador. No segundo
semestre de 2001, essas linhas se
estreitaram, até serem suspensas,
com a moratória argentina.
Alguns comerciantes, sobretudo dos setores de calçados e móveis, tradicionais exportadores
para a Argentina, deixaram de receber seus pagamentos. Com eles,
também os bancos que financiaram as operações. Agora, para
vender para a Argentina, o exportador brasileiro exige carta de crédito de instituições externas, que
dificilmente aceitam a operação.
Foi o que fez a venda para a Argentina em 2001 cair de US$ 467
milhões, em julho, até US$ 256
milhões, em dezembro. No segundo semestre de 2000, a média
mensal foi de US$ 555 milhões.
"É lógico que vai cair mais, mas
não vai parar", diz João Antônio
Pena, economista do BankBoston. Conforme a AEB, a exportação do Brasil para a Argentina será de US$ 3,5 bilhões, em 2002,
contra US$ 5 bilhões, em 2001.
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