São Paulo, sexta-feira, 11 de janeiro de 2002

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Vendas para o vizinho já estavam em queda

DA REPORTAGEM LOCAL

Desde que a crise financeira da Argentina tornou-se mais aguda, no segundo trimestre do ano passado, as exportações brasileiras para aquele país foram minguando. Em parte, devido ao esfriamento da demanda de lá. Mas razões financeiras também contribuíram para a queda brusca desse comércio nos últimos meses.
Para que a exportação se concretize, é necessário um crédito, dado ao importador. No segundo semestre de 2001, essas linhas se estreitaram, até serem suspensas, com a moratória argentina.
Alguns comerciantes, sobretudo dos setores de calçados e móveis, tradicionais exportadores para a Argentina, deixaram de receber seus pagamentos. Com eles, também os bancos que financiaram as operações. Agora, para vender para a Argentina, o exportador brasileiro exige carta de crédito de instituições externas, que dificilmente aceitam a operação.
Foi o que fez a venda para a Argentina em 2001 cair de US$ 467 milhões, em julho, até US$ 256 milhões, em dezembro. No segundo semestre de 2000, a média mensal foi de US$ 555 milhões.
"É lógico que vai cair mais, mas não vai parar", diz João Antônio Pena, economista do BankBoston. Conforme a AEB, a exportação do Brasil para a Argentina será de US$ 3,5 bilhões, em 2002, contra US$ 5 bilhões, em 2001.


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