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SOSSEGA, DRAGÃO
Primeira prévia deste mês fica em 0,08%, ante 0,33% em igual período de janeiro; atacado puxa queda
Após soluço, IGP-M mostra desaceleração
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Depois do "soluço" de janeiro, a
inflação já começa a dar sinais de
desaceleração. Divulgada ontem
pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), a primeira prévia do IGP-M
(Índice Geral de Preços-Mercado)
de fevereiro ficou em 0,08%. Em
igual período de janeiro, o índice
havia ficado em 0,33%.
O recuo ocorreu por causa da
queda dos preços no atacado no
início deste mês. O IPA (Índice de
Preços por Atacado) teve deflação
de 0,09%. Havia subido 0,40% na
primeira prévia de janeiro.
Para Alexandre S'Antanna, economista da administradora de recursos ARX Capital, o resultado
revela que a inflação está sob controle e que a alta de janeiro foi sazonal. Esse é o mesmo argumento
da equipe econômica do governo
usado para explicar o aumento da
inflação no mês passado. "O IGP-M ficou abaixo do que prevíamos", afirmou S'Antanna. Para o
índice fechado de fevereiro, ele estima uma taxa de 0,28%.
O principal motivo para a redução, segundo a FGV, é a queda dos
preços dos produtos agrícolas, especialmente de bovinos, ovos,
aves e leite. Para Salomão Quadros, coordenador de análises
econômicas da FGV, além dos
agrícolas, os preços de insumos ligados ao aço (cujo preço subiu no
último mês) estão desacelerando.
"A pressão sazonal dos legumes
e frutas acabou. O ferro, o aço e
derivados, que foram os vilões,
não são mais. É um primeiro passo para um cenário de estabilidade", disse Quadros.
Apesar da retração dos preços
no atacado, os itens do varejo tiveram alta. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) subiu de
0,18% para 0,44%. É um sinal de
que o comércio está repassando
agora os aumentos que aconteceram no atacado no mês passado.
Segundo S'Antanna, o IPC só ficou pressionado por causa do aumento das mensalidades escolares. "Essa alta explica praticamente toda a variação do índice", disse. No IPC, o grupo educação, leitura e recreação subiu 1,77%, acima da taxa de janeiro (0,29%).
Para S'Antanna, as pressões das
matrículas e dos alimentos vão
"se dissipar rapidamente" e o
Banco Central terá espaço para
voltar a reduzir as taxas de juros.
Ele diz, porém, que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor
Amplo) de janeiro, a ser divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística) na sexta, será alto, assim como o de fevereiro, por conta da sua metodologia de captura das mensalidades.
Ele estima uma taxa de 0,70% em
janeiro e de 0,68% em fevereiro.
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