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MERCADO FINANCEIRO
Desaceleração em índice faz Bovespa subir 0,96% e juros fecharem estáveis, após apontarem alta
IGP-M puxa alta da Bolsa e virada no juro
DA REPORTAGEM LOCAL
A divulgação da primeira prévia do IGP-M de fevereiro, no final da tarde de ontem, ocasionou
uma alta de 0,96% na Bolsa de Valores de São Paulo e provocou
uma mudança na projeções de juros futuros, que fecharam com ligeira queda na BM&F (Bolsa de
Mercadorias e Futuros).
A Bovespa experimentou grande volatilidade em todo o dia. Na
última hora de negócios, oscilava
próxima a uma queda de 0,3%.
Mas o resultado do IGP-M -que
teve variação de apenas 0,08%,
depois de atingir alta de 0,33% em
janeiro-, noticiado nos minutos
finais do pregão, definiu o avanço
da Bolsa. O Ibovespa fechou em
22.171 pontos, com volume negociado de R$ 1,124 bilhão.
No mercado futuro deu-se o inverso. O contrato com vencimento em janeiro de 2005, o mais negociado na BM&F, registrou cotação máxima de 15,59%, pressionado pelas notícias de que as indústrias tentam impor reajustes
de preços ao varejo. Conhecido o
IGP-M, os bancos resolveram fazer ajustes em seus contratos. Resultado: a taxa ficou em 15,45%
contra os 15,46% de anteontem.
Não bastasse, a prévia do IGP-M deflagrou entre alguns operadores o debate sobre a viabilidade
de o BC baixar os juros agora em
fevereiro -possibilidade praticamente descartada até dias atrás.
""O IGP-M deixa um abacaxi para
o Copom. Com um IGP-M desses
não há como não baixar a taxa de
juros", disse Luiz Antônio Vaz
das Neves, da corretora Planner.
Para Alexandre Bassoli, economista-chefe do HSBC Investment
Bank, um corte de juros, ainda em
fevereiro, permanece improvável.
""Não temos ainda o principal indicador, o IPCA [Índice de Preços
ao Consumidor Amplo, que será
conhecido na sexta]. Além disso,
o BC deixou claro na ata do Copom que seu temor não são as
pressões sazonais, mas um aumento generalizado de preços."
O dólar comercial fechou em
queda, pelo segundo dia seguido.
A moeda norte-americana recuou 0,21%, para R$ 2,92. Segundo operadores, a entrada de recursos de uma captação externa
anulou a pressão de alta para formação da Ptax (média do dólar
que o BC calcula todos os dias),
que será usada hoje pelo BC para
o resgate de papéis no total de
US$ 1,135 bilhão. Como o fluxo de
capitais deve permanecer positivo, o BC voltará a comprar dólares para evitar uma depreciação
muito forte.
(JOSÉ ALAN DIAS)
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