São Paulo, quarta-feira, 11 de fevereiro de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Desaceleração em índice faz Bovespa subir 0,96% e juros fecharem estáveis, após apontarem alta

IGP-M puxa alta da Bolsa e virada no juro

DA REPORTAGEM LOCAL

A divulgação da primeira prévia do IGP-M de fevereiro, no final da tarde de ontem, ocasionou uma alta de 0,96% na Bolsa de Valores de São Paulo e provocou uma mudança na projeções de juros futuros, que fecharam com ligeira queda na BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros).
A Bovespa experimentou grande volatilidade em todo o dia. Na última hora de negócios, oscilava próxima a uma queda de 0,3%. Mas o resultado do IGP-M -que teve variação de apenas 0,08%, depois de atingir alta de 0,33% em janeiro-, noticiado nos minutos finais do pregão, definiu o avanço da Bolsa. O Ibovespa fechou em 22.171 pontos, com volume negociado de R$ 1,124 bilhão.
No mercado futuro deu-se o inverso. O contrato com vencimento em janeiro de 2005, o mais negociado na BM&F, registrou cotação máxima de 15,59%, pressionado pelas notícias de que as indústrias tentam impor reajustes de preços ao varejo. Conhecido o IGP-M, os bancos resolveram fazer ajustes em seus contratos. Resultado: a taxa ficou em 15,45% contra os 15,46% de anteontem.
Não bastasse, a prévia do IGP-M deflagrou entre alguns operadores o debate sobre a viabilidade de o BC baixar os juros agora em fevereiro -possibilidade praticamente descartada até dias atrás. ""O IGP-M deixa um abacaxi para o Copom. Com um IGP-M desses não há como não baixar a taxa de juros", disse Luiz Antônio Vaz das Neves, da corretora Planner.
Para Alexandre Bassoli, economista-chefe do HSBC Investment Bank, um corte de juros, ainda em fevereiro, permanece improvável. ""Não temos ainda o principal indicador, o IPCA [Índice de Preços ao Consumidor Amplo, que será conhecido na sexta]. Além disso, o BC deixou claro na ata do Copom que seu temor não são as pressões sazonais, mas um aumento generalizado de preços."
O dólar comercial fechou em queda, pelo segundo dia seguido. A moeda norte-americana recuou 0,21%, para R$ 2,92. Segundo operadores, a entrada de recursos de uma captação externa anulou a pressão de alta para formação da Ptax (média do dólar que o BC calcula todos os dias), que será usada hoje pelo BC para o resgate de papéis no total de US$ 1,135 bilhão. Como o fluxo de capitais deve permanecer positivo, o BC voltará a comprar dólares para evitar uma depreciação muito forte. (JOSÉ ALAN DIAS)


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