São Paulo, quarta-feira, 11 de fevereiro de 2004 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
O VAIVÉM DAS COMMODITIES Safra ameaçada Não vai ser desta vez que o Brasil atingirá 60 milhões de toneladas de soja, como se previa. Excesso de chuvas em algumas das principais regiões produtoras e seca em outras deverão derrubar a safra deste ano para 57 milhões de toneladas. São os dados da nova projeção da AgRural, de Curitiba, divulgados ontem. O efeito seca Um dos Estados com mais problemas climáticos são Mato Grosso do Sul, onde a seca vai derrubar a produção para 4,6 milhões de toneladas, 17% abaixo das previsões iniciais. As lavouras do oeste paranaense também sofreram com o clima seco, e a produção do Estado recua para 11,7 milhões de toneladas, 2,1% abaixo do previsto. O efeito chuva Já em Mato Grosso, o excesso de chuva deverá provocar um recuo da produção para 14,4 milhões de toneladas, 4% menos do esperado anteriormente. A chuva não permite a entrada das máquinas na lavoura para a aplicação de fungicida, o que eleva ainda mais as perdas de produtividade. Ainda recorde Mesmo com essa queda, a safra de soja deste ano vai ser recorde e superar os 52 milhões de toneladas do ano passado, diz a AgRural. Na contramão dos fatos, no entanto, o Usda divulgou ontem que a safra brasileira deverá subir para 61 milhões de toneladas. Dados do Deral O Deral paranaense também prevê safra menor. Vera Zardo diz que a produtividade cai para 2.837 quilos por hectare. A safra fica em 11 milhões de toneladas, 7% menos do que as estimativas iniciais. Arroz na contramão O anúncio de elevação de 40% nos preços de um arroz especial, feito por uma indústria, não faz sentido. Em dez dias, o volume de produto da nova safra deverá aumentar, e os preços recuarão ainda mais. Ontem a saca já era negociada a R$ 35 em algumas regiões produtoras do Rio Grande do Sul. Há um mês estava a R$ 40. Preços aquecidos Os baixos estoques mundiais de milho vêm elevando os preços do produto no mercado mundial. Ontem os preços pagos aos produtores norte-americanos foram os maiores dos últimos seis anos. Em Chicago, foi o maior do ano. Frango barrado Brasil, China e México engrossaram a lista dos que proibiram a importação de frango dos EUA. Japão, Coréia do Sul e Rússia já tinham suspendido as importações. A Rússia impôs barreira apenas ao frango da região afetada. Ontem foi detectada uma nova granja com a gripe do frango nos EUA. Matéria-prima escassa Pesquisa do Sindicafé de São Paulo mostra que a oferta de café está mais escassa. As indústrias temem pagar mais pelo produto e encontrar dificuldades para repassar os preços novos. Agro exuberante As exportações do agronegócio são recordes, e o importante é que cada vez mais há uma diversificação de mercados. Em janeiro, a China elevou em 153% as importações em relação ao mesmo período de 2003. A Espanha aumentou em 76%; e a Itália, em 33%. E-mail: mzafalon@folhasp.com.br Texto Anterior: Mercado financeiro: IGP-M puxa alta da Bolsa e virada no juro Próximo Texto: Barril de pólvora: Cartel reduz produção de petróleo em 10% Índice |
|