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Fundos se recuperam e captam R$ 10,54 bilhões em janeiro
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado de fundos encerrou o primeiro mês de 2008
com expressiva captação líquida de recursos, de R$ 10,54 bilhões, segundo levantamento
realizado pela Anbid.
O resultado representa uma
importante recuperação após
os saques líquidos de R$ 21,49
bilhões registrados em dezembro do ano passado.
Se em uma ponta apareceram os multimercados como
recordistas de saques em janeiro, na outra, os fundos atrelados às taxas de juros se destacaram no quesito aplicações.
Os fundos DI, que carregam
papéis públicos e privados que
seguem as taxas de juros, tiveram captação líquida de R$
6,94 bilhões no primeiro mês
de 2008. A renda fixa captou R$
2,54 bilhões.
William Eid Júnior, coordenador do Centro de Estudos em
Finanças da FGV, afirma que "a
ata do Copom indicou que pode
haver alta da taxa básica, o que
levou muita gente a voltar a
procurar o DI e a renda fixa".
No documento que explicou
os motivos que fizeram o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) manter inalterada
a taxa Selic, houve a sinalização
de que se a inflação se tornar
uma ameaça os juros poderão
ser elevados.
O processo de queda na taxa
Selic, que está em 11,25%
anuais -interrompido em outubro passado-, fez muita gente decidir arriscar mais. Ou seja, trocar a renda fixa e o DI por
ações e multimercados na tentativa de manter seus ganhos.
Mas o período de forte turbulência que tem afetado a Bolsa
de Valores nos últimos meses,
aliado à interrupção dos cortes
nos juros, tem feito as pessoas
começarem a inverter o rumo
de suas aplicações.
Em janeiro, os fundos de
ações tiveram captação líquida
de apenas R$ 319,78 milhões.
Em 2007, a categoria foi a segunda que mais captou, apenas
atrás dos fundos multimercados, com R$ 18,29 bilhões.
Retornos
A rentabilidade obtida pelas
diferentes aplicações em períodos curtos acaba sendo muito
relevante para o investidor, que
nem sempre está preocupado
com o longo prazo, como recomendam os analistas.
Os multimercados, que têm
tido muitos saques ao menos
desde dezembro, talvez não tenham rendido o que os investidores esperavam, ficando próximos das aplicações que seguem as taxas de juros nos últimos tempos.
Em 2007, enquanto o índice
Ibovespa -importante referência para os fundos de
ações- subiu 43,65%, os multimercados com renda variável
renderam, na média, apenas
13,58%. Os fundos de renda fixa
deram retorno médio de
12,28%, segundo a Anbid.
Neste ano, em que a Bovespa
está em baixa -as perdas acumuladas em 2008 chegam a
7,5%-, os investidores têm se
mostrado menos interessados
em aceitar correr os riscos inerentes às aplicações feitas no
mercado acionário.
(FABRICIO VIEIRA)
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