São Paulo, segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

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Discursos nos EUA poderão afetar humor dos mercados

Na 5ª, falam o presidente do Fed e o secretário do Tesouro

DA REPORTAGEM LOCAL

A agenda menos carregada de eventos econômicos pode fazer com que o mercado global tenha pregões de menor turbulência. Ao menos nos primeiros dias da semana.
Como na quinta-feira Ben Bernanke, presidente do Fed (o BC americano), fará um pronunciamento, há chances de o humor dos investidores ser abalado. Para aumentar a tensão nesse dia, o secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, também se pronunciará.
A semana passada voltou a ser de muitas oscilações e quedas nas Bolsas de Valores pelo mundo. A Bovespa, que apenas teve negócios entre a tarde de quarta e a sexta-feira, encerrou o período com perdas acumuladas de 3,28%.
No Brasil, a divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de janeiro, na quarta, despertará a atenção de analistas e investidores.
Após o arrefecimento da inflação medida pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe na semana passada, espera-se que o IPCA siga o mesmo caminho. Os investidores estimam que o IPCA registre elevação de 0,60% em janeiro, contra 0,74% do mês anterior.
O IPCA é o índice utilizado pelo BC para monitorar a meta oficial de inflação. Se essa meta é ameaçada, a taxa básica de juros pode ser elevada como forma de conter o consumo e o crédito, o que aliviaria as pressões inflacionárias.
E os dirigentes do Copom (Comitê de Política Monetária, formado por diretores e o presidente do BC) já avisaram na ata da última reunião que estão atentos às pressões sobre os preços, sinalizando que podem voltar a elevar a Selic, que está atualmente em 11,25% anuais.

Expectativa nos EUA
Enquanto isso, nos Estados Unidos a expectativa é que o Fed volte a reduzir os juros básicos norte-americanos. Em janeiro, a taxa foi cortada nos EUA de 4,25% para 3% anuais.
Diante dos temores de recessão na maior economia do mundo, a autoridade monetária dos EUA optou por cortar a taxa de juros do país, na tentativa de estimular a produção, o consumo e o crédito.
"Sem dados relevantes esperados na agenda econômica da semana, tanto aqui como nos EUA, os mercados acionários devem permanecer apresentando indefinição, com o humor se alterando entre a expectativa de mais cortes de juros pelo Fed e o receio de recessão na economia americana", afirma Gustavo Barbeito, analista da Prosper Gestão de Recursos.
Segundo recente pesquisa realizada pela Bloomberg, que ouviu 62 economistas, uma recessão nos EUA passou a ser a aposta majoritária. Diante desse cenário, a expectativa é que o Fed realize mais um corte nos juros, de ao menos 0,5 ponto percentual, até junho.
A sexta-feira trará um dado econômico americano de grande relevância, que é a produção industrial da maior economia do mundo no mês de janeiro. A expectativa do mercado é que a produção registre expansão de 0,1% no mês.
Também será apresentado o nível de utilização da capacidade instalada do setor industrial no mês passado. Além disso, haverá a divulgação do último levantamento da confiança do consumidor americano.
Antes disso, na quarta-feira, vai ser divulgado o volume de vendas no varejo americano no mês de janeiro e os estoques das empresas no fim de 2007.
Como as preocupações em relação ao futuro da economia norte-americana estão no centro do atual momento de turbulências, cada dado que tem relação com o nível de aquecimento do país tem sido analisado com atenção.


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