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Discursos nos EUA poderão afetar humor dos mercados
Na 5ª, falam o presidente do Fed e o secretário do Tesouro
DA REPORTAGEM LOCAL
A agenda menos carregada
de eventos econômicos pode
fazer com que o mercado global
tenha pregões de menor turbulência. Ao menos nos primeiros
dias da semana.
Como na quinta-feira Ben
Bernanke, presidente do Fed (o
BC americano), fará um pronunciamento, há chances de o
humor dos investidores ser
abalado. Para aumentar a tensão nesse dia, o secretário do
Tesouro dos EUA, Henry Paulson, também se pronunciará.
A semana passada voltou a
ser de muitas oscilações e quedas nas Bolsas de Valores pelo
mundo. A Bovespa, que apenas
teve negócios entre a tarde de
quarta e a sexta-feira, encerrou
o período com perdas acumuladas de 3,28%.
No Brasil, a divulgação do
IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de janeiro, na
quarta, despertará a atenção de
analistas e investidores.
Após o arrefecimento da inflação medida pelo IPC (Índice
de Preços ao Consumidor) da
Fipe na semana passada, espera-se que o IPCA siga o mesmo
caminho. Os investidores estimam que o IPCA registre elevação de 0,60% em janeiro, contra 0,74% do mês anterior.
O IPCA é o índice utilizado
pelo BC para monitorar a meta
oficial de inflação. Se essa meta
é ameaçada, a taxa básica de juros pode ser elevada como forma de conter o consumo e o
crédito, o que aliviaria as pressões inflacionárias.
E os dirigentes do Copom
(Comitê de Política Monetária,
formado por diretores e o presidente do BC) já avisaram na
ata da última reunião que estão
atentos às pressões sobre os
preços, sinalizando que podem
voltar a elevar a Selic, que está
atualmente em 11,25% anuais.
Expectativa nos EUA
Enquanto isso, nos Estados
Unidos a expectativa é que o
Fed volte a reduzir os juros básicos norte-americanos. Em janeiro, a taxa foi cortada nos
EUA de 4,25% para 3% anuais.
Diante dos temores de recessão na maior economia do
mundo, a autoridade monetária dos EUA optou por cortar a
taxa de juros do país, na tentativa de estimular a produção, o
consumo e o crédito.
"Sem dados relevantes esperados na agenda econômica da
semana, tanto aqui como nos
EUA, os mercados acionários
devem permanecer apresentando indefinição, com o humor se alterando entre a expectativa de mais cortes de juros pelo Fed e o receio de recessão
na economia americana", afirma Gustavo Barbeito, analista
da Prosper Gestão de Recursos.
Segundo recente pesquisa
realizada pela Bloomberg, que
ouviu 62 economistas, uma recessão nos EUA passou a ser a
aposta majoritária. Diante desse cenário, a expectativa é que o
Fed realize mais um corte nos
juros, de ao menos 0,5 ponto
percentual, até junho.
A sexta-feira trará um dado
econômico americano de grande relevância, que é a produção
industrial da maior economia
do mundo no mês de janeiro. A
expectativa do mercado é que a
produção registre expansão de
0,1% no mês.
Também será apresentado o
nível de utilização da capacidade instalada do setor industrial
no mês passado. Além disso,
haverá a divulgação do último
levantamento da confiança do
consumidor americano.
Antes disso, na quarta-feira,
vai ser divulgado o volume de
vendas no varejo americano no
mês de janeiro e os estoques
das empresas no fim de 2007.
Como as preocupações em
relação ao futuro da economia
norte-americana estão no centro do atual momento de turbulências, cada dado que tem relação com o nível de aquecimento do país tem sido analisado
com atenção.
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