São Paulo, quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

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Escassez de crédito eleva juros do BNDES

Empresários reclamam com o governo, que pressiona o banco; taxas cobradas ainda são abaixo da média

JULIANA ROCHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O aumento do custo do dinheiro por causa da crise atingiu também o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Ao anunciar ontem a flexibilização nas regras para oferecer crédito às empresas, o presidente do banco, Luciano Coutinho, admitiu que os juros de algumas linhas de financiamento subiram.
Com isso, uma modalidade de capital de giro para investidores, que tinha incidência de juros de 8,75%, passou a ter juros de 11,25% ao ano. A linha do Finame (Financiamento de Máquinas e Equipamentos) passou de 7,15% ao ano para 7,97% ao ano para os empresários que quiserem financiar todo o valor da máquina.
Mesmo com o aumento, são juros mais baixos do que a média de mercado. Segundo dados de dezembro do Banco Central, os juros médios cobrados em linhas de capital de giro são de 38,2%. Os juros médios para empresas em qualquer linha são de 30,7%.
Segundo Coutinho, o custo médio das operações do BNDES subiu de 8,34% ao ano para 8,51%. Os juros finais variam conforme a linha de financiamento e o risco da empresa.
O governo já havia recebido reclamações do setor privado de que o dinheiro do BNDES estava muito caro. Coube ao Ministério da Fazenda fazer o recado chegar ao banco e pressionar por mudanças. O BNDES nega interferência.
Ainda assim, pressionado pelo governo, o banco reduziu os juros de uma linha de capital de giro chamada PEC (Programa Especial de Crédito) de 16,05% para 14,5%. Essa modalidade de financiamento pode ser contratada por empresa de qualquer setor, mesmo que não esteja com planos de investir. O banco também aumentou o prazo da operação, de 13 meses para 36 meses. Outra linha que teve redução dos juros foi a de pré-embarque. O crédito tomado para exportação de bens de capital caiu de 13% para 11,25% ao ano. E para exportação de bens de consumo caiu de 15% para 13,75% ao ano.
Coutinho disse que 60% das operações do banco continuarão com juros mais baixos, tendo a TJLP como referência. Nessas operações estão incluídas todas as obras do PAC, além de projetos de investimentos sociais e inovação tecnológica.


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