São Paulo, Quinta-feira, 11 de Março de 1999
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TRABALHO
Nível de emprego nas fábricas já caiu 1,74% em 99, segundo a Fiesp
Indústrias fecham 11,6 mil vagas em fevereiro em SP

MAURICIO ESPOSITO
da Reportagem Local

A indústria paulista reduziu o número de demissões em fevereiro na comparação com janeiro.
Pesquisa da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) divulgada ontem mostra que, no mês passado, as fábricas fecharam 11.575 postos de trabalho.
O resultado de fevereiro significa redução de 0,71% no nível de emprego industrial do Estado, menos do que havia sido registrado em janeiro, quando 16.944 vagas foram fechadas.
Com esse resultado, as indústrias de São Paulo foram responsáveis pelo fechamento de 28.519 postos de trabalho no primeiro bimestre do ano, uma redução de 1,74% nas vagas existentes em relação ao mesmo período de 98.
"Fevereiro foi um mês de expectativa por parte do empresário", explicou Clarice Seibel, diretora do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp.
Com a instabilidade no mercado financeiro, os empresários optaram por aguardar mais um pouco antes de decidir pela redução mais drástica da produção ou manutenção dos atuais níveis de atividade, de acordo com a Fiesp.
O menor número de dias úteis em fevereiro também pode ter colaborado para reduzir o volume de postos de trabalho eliminados pela indústria paulista.
Segundo a diretora da Fiesp, neste mês as indústrias do Estado já deverão ter maior clareza sobre as perspectivas econômicas para os próximos meses.
Dessa forma, aumentarão o número de demissões ou manterão o atual nível de emprego.
O anúncio nesta semana da revisão do acordo do governo brasileiro com o FMI (Fundo Monetário Internacional), estabelecendo metas de gastos públicos, juros, inflação e taxa de câmbio, foi fundamental para que o setor privado comece a definir cenários para o futuro, disse Clarice Seibel.
"O acordo é positivo para o ambiente empresarial porque colabora na redução de instabilidades. A cotação do dólar, em baixa, é reflexo disso", declarou.
Desde o início do Plano Real, a indústria paulista já fechou 535,34 mil postos de trabalho, ou seja, o nível de emprego nas fábricas do Estado hoje é 24,8% menor do que aquele de julho de 94.


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