São Paulo, Quinta-feira, 11 de Março de 1999
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Governo descarta a reindexação salarial

da Sucursal de Brasília

O porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, afirmou ontem que o governo quer trabalhar para que a inflação de 99 fique abaixo dos 16,8% (IGP-DI) projetados no acordo com o Fundo Monetário Internacional, segundo ele apenas uma "estimativa".
"É muito importante que não haja indexação dos salários para não haver inflação", disse Amaral. "Indexação não é solução. Nem os sindicatos defendem. A preocupação deles é manter o emprego e evitar a volta da inflação."
Segundo Amaral, neste momento, o consumidor tem o papel importante de "não sancionar" aumentos de preços injustificáveis.
A reindexação dos salários pelos índices de inflação é ruim para a sociedade e para a estabilidade econômica, afirmou ontem o ministro interino da Fazenda, Pedro Parente. Segundo ele, "isso funciona contra o trabalhador" e não mantém o poder de compra dos salários.
Parente disse que, nessa área, a principal preocupação do governo e também dos sindicatos e centrais sindicais é a manutenção do emprego. Ele não comentou as declarações feitas anteontem pelo presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), Wagner Pimenta.

Critérios claros
Pimenta defendeu a necessidade de critérios claros para a concessão de reajuste salarial. Segundo ele, as reivindicações de reajustes salariais com base no comportamento da inflação passada chegarão às instâncias superiores da Justiça trabalhista, que vai priorizar a defesa do trabalhador nesses litígios.
Para o advogado-geral da União, Geraldo Quintão, as declarações de Pimenta são um alerta para o governo sobre o perigo da reindexação da economia, que poderá prejudicar toda a sociedade. Ele apontou que a legislação atual não prevê regras para a reindexação salarial.


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