São Paulo, segunda-feira, 11 de março de 2002

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Ministro pede que EUA liberem ajuda do Fundo

DO ENVIADO ESPECIAL A FORTALEZA

O ministro da Economia da Argentina, Jorge Remes Lenicov, fez ontem à noite um apelo incisivo ao subsecretário do Tesouro dos EUA, John Taylor, para que a Casa Branca "autorize" o FMI a retomar seus empréstimos ao país.
Depois de reunir-se por 40 minutos com o ministro Celso Lafer (Relações Exteriores), Lenicov se encontrou com Taylor, que chegou ontem a Fortaleza para representar os EUA na assembléia do BID.
Enquanto as delegações argentina e norte-americana se preparavam para o encontro, Eduardo Amadeo, porta-voz do presidente argentino, Eduardo Duhalde, relatou à Folha o que Lenicov diria a Taylor. "O ministro irá relatar os avanços que fizemos e dirá que cumprimos tudo o que prometemos."
Questionado sobre a perspectiva de o FMI concluir um acordo com o país em 45 dias -como disse ontem à Folha o presidente do Banco de la Nación, Enrique Olivera-, Amadeo disse que as conversas estão sendo difíceis, mas produtivas. E negou-se a calcular uma data. "Prometemos que não falaríamos sobre prazos", afirmou o porta-voz.
Antes da reunião, Taylor negou-se a falar sobre as perspectivas de um pacote do Fundo para a Argentina. Os EUA são o maior acionista do FMI e, como tal, definem as decisões da instituição.
Amadeo informou que a Argentina também está pleiteando empréstimos do IFC, braço privado do Banco Mundial, para desenvolver as exportações agropecuárias do país.
"O Banco Mundial insiste em vincular esses empréstimos ao acordo do país com o FMI, e nós queremos convencê-los de que são duas coisas distintas."
Após o encontro com Taylor, Lenicov manteve conversações com dois representaes do Fundo: Claudio Loser, diretor do HGemistá. O vÓ[os O governo argentino avalia que, com a desvalorização do peso, as exportações agropecuárias poderão liderar a recuperação econômica do país. "Somos competitivos, mas precisamos de crédito", disse ele. (MARCIO AITH)


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