São Paulo, quarta-feira, 11 de abril de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MEDICINA DE GRUPO

Conselho federal obriga operadoras a fornecer aos pacientes lista de profissionais descredenciados

Planos devem informar saída de médicos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As operadoras de planos de saúde serão obrigadas a comunicar aos usuários a lista de médicos que deixarem de prestar serviço à empresa.
A medida está prevista em uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), aprovada na última sexta-feira.
Segundo a resolução, os médicos que quiserem se desligar de planos de saúde terão de avisar as operadoras com 60 dias de antecedência e deverão pôr à disposição de todos os pacientes os dados clínicos que estiverem em seu poder.
As empresas também não poderão descredenciar médicos sem apresentar "motivo justo" e sem garantir direito de defesa aos profissionais.
A decisão foi tomada com base em uma série de denúncias de que médicos estariam sendo desligados das operadoras sem motivo ou direito de defesa.
"São muitas as denúncias que recebemos de descredenciamento de médicos por falta de conformidade com a política das operadoras no sentido de limitar o acesso a alguns hospitais, de dar encaminhamento a determinados laboratórios ou de restringir a solicitação de exames", disse José Luiz Gomes do Amaral, presidente da Associação Paulista de Medicina.
A associação registrou, entre junho do ano passado e este mês, 88 queixas de descredenciamento de clínicas e médicos por planos de saúde.

Razões
Para o CFM, é considerado "motivo justo" o que explicita a razão do desligamento sem ambiguidade ou informações falsas sobre o médico.
"Uma questão de política administrativa pode ser motivo, mas isso deve ser explicitado ao médico e ao paciente", disse o conselheiro Oliveiros Guanais.
De acordo com o presidente do CFM, Edson de Oliveira Andrade, a decisão não busca somente atingir as operadoras, que terão de informar aos usuários sobre os desligamentos, mas também impor ao médico obrigações com o paciente.
A resolução aponta uma "crescente ocorrência" de desligamento de médicos sem que os pacientes sejam previamente informados, "prejudicando assim seus tratamentos, com risco potencial de vida decorrente da interrupção súbita do atendimento".
"Estamos procurando proteger o médico de um descredenciamento injustificado, protegendo os direitos do paciente e também a seguradora, pois o profissional não pode sair "chutando o pau da barraca'", afirmou Andrade.


Texto Anterior: Mercado Financeiro: Volume maior faz dólar recuar 0,97%
Próximo Texto: Ex-diretores da Unimed SP têm os bens bloqueados a pedido da ANS
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.