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Processo vem do governo de Vargas
da Reportagem Local
A indústria brasileira deve muito
à política de substituição de importações. Do desenvolvimentismo de Juscelino Kubitschek ao
"Brasil Grande" dos militares, o
governo criou um mercado cativo
para favorecer as empresas sediadas no país. Como efeito colateral,
a estratégia alimentou uma relação
promíscua entre a iniciativa privada e o poder público, além de provocar a acomodação dos empresários brasileiros.
Logo ao assumir o poder, em
1930, o presidente Getúlio Vargas
centralizou o câmbio de moedas e
restringiu as importações. Foi a
resposta que encontrou para a crise econômica internacional de
1929, apesar das reclamações das
empresas e dos governos estrangeiros. Com mercado garantido, as
empresas cresceram e, em 1933, a
produção industrial ultrapassou,
pela primeira vez, a agrícola.
Desde Vargas, os governos passaram a trabalhar de braços dados
com a indústria. O governo combinava com os industriais o que podia ser importado. Para alguns setores oferecia dólares na taxa oficial e para outros com ágio.
A política trouxe resultados. Entre 1940 e 1960, o número de indústrias saltou de 41 mil para 109 mil,
segundo o livro "Viagem pela História do Brasil", de Jorge Caldeira.
Nos quatro anos do governo de JK,
a produção industrial dobrou de
tamanho.
Os militares resolveram enfrentar a crise do petróleo, de 1973, aumentando a aposta na política de
substituição de importações. Enquanto outros países freiavam
suas economias, o então presidente Ernesto Geisel lançou o II PND
(Plano Nacional de Desenvolvimento) com megaprojetos nas
áreas de energia nuclear, petroquímica, siderurgia, papel e celulose,
além de obras de infra-estrutura. A
idéia era transformar o Brasil numa potência econômica.
"Havia uma crise externa e o Brasil precisava fazer frente gerando
grandes superávits comerciais",
diz o ex-ministro João Paulo dos
Reis Velloso, um dos responsáveis
pelo II PND. O governo Geisel
criou quase 200 estatais, provocou
uma explosão dos gastos com subsídios e um enorme crescimento
da dívida externa.
(RG)
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