São Paulo, terça-feira, 11 de junho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TRABALHO

Para entidade, possibilidade de erro nos extratos do Fundo é "remota"

Denúncia de erro no FGTS é ação "política", dizem bancos

DA REPORTAGEM LOCAL

A Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) informa que a possibilidade de erro na divulgação dos extratos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) fornecidos pelos bancos aos trabalhadores é remota.
A afirmação é de Jorge Higashino, superintendente da área técnica da entidade. "Todo o trabalho foi feito para evitar qualquer falha no processo", afirma.
Higashino diz que o problema dos extratos do FGTS, levantado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e publicado pela Folha no último domingo, tem intenção política. "O que eles querem é colocar lenha na fogueira para atrapalhar as eleições."
Segundo o superintendente, o acordo para o pagamento das perdas do Fundo de Garantia, feito entre governo, centrais sindicais e empresas em junho do ano passado, "possibilitou aos trabalhadores receber o crédito do FGTS sem custo. Agora, se a pessoa insiste em ter o extrato antigo nas mãos tem de pagar por isso."
Para o superintendente, é provável que o trabalhador tenha dificuldade para fazer as contas do crédito a receber referente às perdas do Fundo, já que o país teve quatro moedas desde o início da década de 90 até hoje. "O acordo foi feito para favorecer o trabalhador. Se ele tiver dúvida, deve procurar a Caixa Econômica."
A CEF volta a informar que não há erro de cálculo nos extratos que fornece aos trabalhadores para crédito no FGTS. O que pode haver, diz, é ausência de informação -isto é, nem todos os extratos foram repassados da rede bancária para a CEF. Se o trabalhador tiver dúvida, orienta, deve procurar o banco que administrava a conta do Fundo para solicitar o extrato antigo e depois levá-lo à CEF.
José Maria Leão, gerente da CEF responsável pelo FGTS, informa que não é possível anexar cópia dos extratos antigos aos que estão sendo encaminhados aos trabalhadores, como quer o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. "Não existe tecnologia disponível no país que permita fazer isso."
O que dá para fazer, diz, é mostrar pela internet os microfilmes dos extratos. Mas quem pode visualizá-los são só os trabalhadores que têm os extratos da CEF, pois neles constam um código.
A CEF diz que já encaminhou 26 milhões de extratos aos trabalhadores, 27 milhões já estão prontos para serem enviados, dependem de atualização de endereços, e outros 60 milhões estão em análise. Na avaliação da Caixa, não há nada a ser investigado, pois se existem erros - "se existem"-, são poucos. "Estamos falando de um universo de 113 milhões de contas. Não há razão para interromper o processo de pagamento dos créditos." (FF e CR)


Texto Anterior: Trabalho: Procuradoria vai investigar erro no FGTS
Próximo Texto: Adesão foi a acordo, não a valor, afirma ministro
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.