JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo depositou ontem a correção dos saldos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) nas contas de 13,9 milhões de trabalhadores. Isso representa cerca de 40% do total de pessoas com direito à reposição neste mês.
"O total de beneficiados potencialmente seria de mais de 35 milhões de pessoas. Mas apenas 40% vão receber porque fizeram o acordo com o governo. Isso foi falta de informação", disse o ministro do Trabalho, Paulo Jobim.
Foram depositados ontem R$ 3,5 bilhões nas contas do FGTS. A Caixa Econômica Federal calcula que 86% do valor poderá ser retirado a partir de hoje pelos trabalhadores.
Isso porque quem já sacou o saldo do Fundo existente na época dos planos econômicos (Verão e Collor 1) agora poderá retirar o dinheiro. Para o restante dos trabalhadores, o valor será creditado nas contas do FGTS, e o saque seguirá as regras normais do Fundo. "Cerca de R$ 3 bilhões poderão ser sacados e serão injetados na economia", afirmou o presidente da Caixa, Valdery Albuquerque.
Embora o crédito na conta dos trabalhadores tenha sido feito ontem, os saques começam hoje e dão prioridade para quem indicou no termo de adesão o número de conta corrente.
Diariamente serão feitas 400 mil transferências das contas do FGTS para a rede bancária. "O sistema financeiro não suporta um volume maior de transferências. A média diária é de 100 mil transferências em todo o país", argumentou o superintendente nacional do FGTS, Joaquim Lima.

Campanha
Apenas quem assinou o termo de adesão concordando com as regras do acordo feito pelo governo poderá receber a correção. Os últimos dados da Caixa mostram que 17 milhões de trabalhadores aderiram ao acordo.
"Começamos hoje [ontem] campanha de esclarecimento para informar as pessoas sobre o acordo do FGTS", disse o ministro Jobim. Se todos os trabalhadores com direito à correção até R$ 1.000 tivessem aderido ao acordo até 31 de maio, o valor creditado ontem pelo governo teria atingido R$ 9 bilhões em vez dos R$ 3,5 bilhões.
Lima lembra que as adesões estão abertas até dezembro do ano que vem. "Quem assinar agora e tiver direito aos R$ 1.000 recebe o dinheiro 30 dias depois", esclareceu o superintendente.
Para que têm entre R$ 1.000 e R$ 2.000 a receber, cerca de 1,3 milhão de trabalhadores, a primeira parcela será paga em julho. A previsão é que o calendário seja similar ao deste mês. Ou seja, o crédito será feito no dia 10, com saque a partir do dia 11 de julho.
O total do passivo do FGTS chega a R$ 42,43 bilhões, de acordo com as estimativas mais recentes do governo. Isso abrange 113,8 milhões de contas do FGTS, beneficiando 38,8 milhões de trabalhadores.



Texto Anterior: Adesão foi a acordo, não a valor, afirma ministro
Próximo Texto: Força forneceu senha inválida, afirma TST
Índice