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EMPRÉSTIMO EXTERNO
Diretor do BC diz que US$ 10 bi poderão ser usados para reserva se investimento estrangeiro cair
Decisão sobre saque no FMI sai neste mês
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou que a equipe econômica do governo deverá tomar a decisão de sacar ou não os US$ 10 bilhões a que o país tem direito no FMI (Fundo Monetário Internacional) ainda neste mês.
Goldfajn explicou que, desses US$ 10 bilhões do FMI, o Brasil já
tem direito de sacar US$ 4,6 bilhões imediatamente por se tratar
de dinheiro devolvido ao Fundo
pelo Banco Central.
Os cerca de US$ 5 bilhões restantes dependem ainda de uma
reunião do comitê diretor do
FMI, que deverá acontecer nos
próximos dias, para analisar se o
Brasil cumpriu as metas previstas
para primeiro trimestre deste
ano. "Como o próprio FMI já
constatou que o Brasil cumpriu as
metas, a reunião será uma mera
formalidade", disse Goldfajn.
O diretor do BC afirma que, logo depois da reunião do FMI, a
equipe econômica do governo deverá se reunir para discutir se irá
ou não sacar o dinheiro. "A decisão ainda não foi tomada."
Os US$ 10 bilhões do FMI poderão servir como reserva do país
caso haja queda significativa no
ingresso de investimentos diretos
estrangeiros (IDE). O BC estima
entrada de US$ 18 bilhões neste
ano. Nos primeiros quatro meses,
o ingresso foi de US$ 6,7 bilhões.
Em maio, a Folha apurou que
houve queda em relação aos US$
2 bilhões de abril.
Ao analisar o comportamento
do mercado ontem, bem mais
tranquilo do que na semana passada, Goldfajn disse que esse recuo se deveu ao fato de ter havido
um claro exagero no pessimismo
dos agentes financeiros, além da
melhora nas pesquisas do candidato do governo à Presidência.
Os fundamentos da economia,
segundo ele, não correspondiam
a esse nervosismo do mercado.
"Pelo contrário, os fundamentos
até melhoraram", disse.
Entre os números que acusaram
melhora, Goldfajn citou o fato de,
nos últimos dois meses, o déficit
em conta corrente ter ficado, pela
primeira vez, abaixo da marca de
US$ 20 bilhões.
Além disso, as incertezas fiscais
foram resolvidas com a aprovação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), a inflação está em queda e o nível de atividade de abril foi melhor do que se esperava.
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