São Paulo, terça-feira, 11 de junho de 2002

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EMPRÉSTIMO EXTERNO

Diretor do BC diz que US$ 10 bi poderão ser usados para reserva se investimento estrangeiro cair

Decisão sobre saque no FMI sai neste mês

GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou que a equipe econômica do governo deverá tomar a decisão de sacar ou não os US$ 10 bilhões a que o país tem direito no FMI (Fundo Monetário Internacional) ainda neste mês.
Goldfajn explicou que, desses US$ 10 bilhões do FMI, o Brasil já tem direito de sacar US$ 4,6 bilhões imediatamente por se tratar de dinheiro devolvido ao Fundo pelo Banco Central.
Os cerca de US$ 5 bilhões restantes dependem ainda de uma reunião do comitê diretor do FMI, que deverá acontecer nos próximos dias, para analisar se o Brasil cumpriu as metas previstas para primeiro trimestre deste ano. "Como o próprio FMI já constatou que o Brasil cumpriu as metas, a reunião será uma mera formalidade", disse Goldfajn.
O diretor do BC afirma que, logo depois da reunião do FMI, a equipe econômica do governo deverá se reunir para discutir se irá ou não sacar o dinheiro. "A decisão ainda não foi tomada."
Os US$ 10 bilhões do FMI poderão servir como reserva do país caso haja queda significativa no ingresso de investimentos diretos estrangeiros (IDE). O BC estima entrada de US$ 18 bilhões neste ano. Nos primeiros quatro meses, o ingresso foi de US$ 6,7 bilhões. Em maio, a Folha apurou que houve queda em relação aos US$ 2 bilhões de abril.
Ao analisar o comportamento do mercado ontem, bem mais tranquilo do que na semana passada, Goldfajn disse que esse recuo se deveu ao fato de ter havido um claro exagero no pessimismo dos agentes financeiros, além da melhora nas pesquisas do candidato do governo à Presidência.
Os fundamentos da economia, segundo ele, não correspondiam a esse nervosismo do mercado. "Pelo contrário, os fundamentos até melhoraram", disse.
Entre os números que acusaram melhora, Goldfajn citou o fato de, nos últimos dois meses, o déficit em conta corrente ter ficado, pela primeira vez, abaixo da marca de US$ 20 bilhões.
Além disso, as incertezas fiscais foram resolvidas com a aprovação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), a inflação está em queda e o nível de atividade de abril foi melhor do que se esperava.



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