|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Menem vai aos EUA em busca de apoio eleitoral
DE BUENOS AIRES
O ex-presidente argentino Carlos Menem quer viabilizar sua
pré-candidatura à Presidência do
país e, para isso, foi buscar apoio
aonde ainda possui uma imagem
positiva: no exterior.
Menem participaria na noite de
ontem de um jantar realizado na
Casa Branca promovida pela IDU
(Internacional Democratic
Union), entidade que reúne líderes neoliberais de dezenas de países de todo o mundo.
No jantar, estaria presente o
presidente dos Estados Unidos,
George W. Bush, com quem Menem tenta conseguir uma conversa particular para explicar seu plano de recuperação da Argentina.
O plano inclui a dolarização da
economia, uma medida que conta
com a simpatia dos EUA.
Menem também tem agendadas reuniões com o ex-presidente
Bill Clinton, em Nova York, e com
o pai do presidente dos EUA,
George Bush.
A estratégia de Menem consiste
em ganhar apoio no exterior para
depois buscar viabilizar sua candidatura dentro do Partido Justicialista (peronista, do presidente
Eduardo Duhalde).
A situação para o ex-presidente,
no entanto, ainda é complicada.
Menem tem sido constantemente
vítima de panelaços e manifestações. Na semana passada, manifestantes jogaram sacos de lixo
em seu carro durante uma cerimônia realizada em Buenos Aires.
As pesquisas também mostram
a baixa popularidade do ex-presidente. Segundo a consultoria Catterberg e Associados, Menem tem
apenas 2,8% das intenções de voto. Já seu índice de rejeição alcança 80% da população, segundo
pesquisa da consultoria Mori.
No entanto, o ex-presidente
acredita que o fracasso da desvalorização cambial -uma política
que sempre foi rechaçada por
ele- pode favorecê-lo.
Além disso, para isolar ainda
mais seu maior adversário político, o presidente Eduardo Duhalde, Menem tenta vender-se como
o único presidente capaz de acabar com o fantasma da hiperinflação, assim como fez no início da
década de 90.
Menem também viabiliza sua
pré-candidatura à Presidência
com a busca de apoio interno. O
ex-presidente tentou nos últimos
dias se aproximar do ex-ministro
Domingo Cavallo, que foi libertado pela Justiça após permanecer
65 dias preso, e também do ex-ministro Ricardo López Murphy.
Até agora, no entanto, os dois não deram sinais positivos ao ex-presidente. (JS)
Texto Anterior: Curralzinho será julgado por tribunal espanhol Próximo Texto: Bloomberg nega manipulação da fala de Batlle Índice
|