São Paulo, terça-feira, 11 de junho de 2002

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Menem vai aos EUA em busca de apoio eleitoral

DE BUENOS AIRES

O ex-presidente argentino Carlos Menem quer viabilizar sua pré-candidatura à Presidência do país e, para isso, foi buscar apoio aonde ainda possui uma imagem positiva: no exterior.
Menem participaria na noite de ontem de um jantar realizado na Casa Branca promovida pela IDU (Internacional Democratic Union), entidade que reúne líderes neoliberais de dezenas de países de todo o mundo.
No jantar, estaria presente o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, com quem Menem tenta conseguir uma conversa particular para explicar seu plano de recuperação da Argentina. O plano inclui a dolarização da economia, uma medida que conta com a simpatia dos EUA.
Menem também tem agendadas reuniões com o ex-presidente Bill Clinton, em Nova York, e com o pai do presidente dos EUA, George Bush.
A estratégia de Menem consiste em ganhar apoio no exterior para depois buscar viabilizar sua candidatura dentro do Partido Justicialista (peronista, do presidente Eduardo Duhalde).
A situação para o ex-presidente, no entanto, ainda é complicada. Menem tem sido constantemente vítima de panelaços e manifestações. Na semana passada, manifestantes jogaram sacos de lixo em seu carro durante uma cerimônia realizada em Buenos Aires.
As pesquisas também mostram a baixa popularidade do ex-presidente. Segundo a consultoria Catterberg e Associados, Menem tem apenas 2,8% das intenções de voto. Já seu índice de rejeição alcança 80% da população, segundo pesquisa da consultoria Mori.
No entanto, o ex-presidente acredita que o fracasso da desvalorização cambial -uma política que sempre foi rechaçada por ele- pode favorecê-lo.
Além disso, para isolar ainda mais seu maior adversário político, o presidente Eduardo Duhalde, Menem tenta vender-se como o único presidente capaz de acabar com o fantasma da hiperinflação, assim como fez no início da década de 90.
Menem também viabiliza sua pré-candidatura à Presidência com a busca de apoio interno. O ex-presidente tentou nos últimos dias se aproximar do ex-ministro Domingo Cavallo, que foi libertado pela Justiça após permanecer 65 dias preso, e também do ex-ministro Ricardo López Murphy. Até agora, no entanto, os dois não deram sinais positivos ao ex-presidente. (JS)


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