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Participação da companhia aérea nos vôos domésticos cai a 5,1% do mercado
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Em meio à arrastada negociação sobre a venda de suas
operações, a participação de
mercado da Varig reduziu-se a
apenas 5,1% dos vôos domésticos na primeira semana deste
mês, de acordo com dados preliminares obtidos pelo consultor Paulo Bittencourt Sampaio.
No mesmo período, o "market
share" da TAM subiu para 51%
e o da Gol, para 36,7%.
Em junho, a participação da
Varig foi de 10,51%. A queda ficou mais acentuada a partir do
último dia 21, quando a companhia deixou de voar para 50%
de seus destinos internacionais
e para 30% dos nacionais.
"A participação caiu tanto
porque a oferta da Varig se reduziu muito. Na primeira semana deste mês, houve uma
queda no número de assentos
oferecidos de 72% na comparação com o mesmo período do
ano passado. A demanda recuou 80%", diz Sampaio.
Segundo o consultor, a oferta
da TAM subiu 17%, e sua demanda cresceu na mesma proporção. Já a Gol aumentou a
quantidade de assentos oferecidos em 42%, e a demanda de
passageiros cresceu 43%.
A Varig vem voando com
seus assentos cada vez menos
ocupados. Na ponte aérea Rio/
São Paulo, a taxa de ocupação
foi de 20% na primeira semana
deste mês. Já as taxas de TAM e
Gol nesse trecho foram de, respectivamente, 67% e 57%. "Ela
tem pouquíssimos vôos entre
Rio e São Paulo, e as outras
também estão muito vazias",
afirma o consultor.
Na linha Congonhas/ Brasília, segundo ele, a Varig voou
com 38% de seus assentos ocupados na primeira semana de
julho. De acordo com Sampaio,
se ela parasse de voar hoje,
TAM e Gol teriam 82% de seus
assentos ocupados (o percentual atual é de 77%).
"Está se criando um impasse
em torno de uma empresa que
está deixando de existir", afirma. Para ele, porém, a situação
está "cada vez mais manejável"
já que outras empresas estão
ocupando o lugar da Varig.
Por causa de sua crise financeira, a companhia não pode
pagar pela manutenção de parte de sua frota e tem que deixar
aviões no chão. Além disso, alguns arrendadores conseguiram na Justiça dos EUA o direito de retomar suas aeronaves.
A Varig deve perder mais
aviões. Depois da audiência da
companhia na Corte de Falências de Nova York, que manteve
uma liminar que livra a empresa do arresto de aviões até o dia
21 deste mês, alguns arrendadores a notificaram pedindo
aeronaves. Segundo a Folha
apurou, a Varig concordou em
devolver alguns e pelo menos
um avião, um Boeing 777, deve
ser devolvido nesta semana.
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