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ENERGIA
Argentina aumenta preço de combustível para estrangeiro
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO
ALEGRE
Preocupado com a forte
demanda por combustível na
região de fronteira, especialmente por brasileiros e chilenos, o governo argentino
determinou que os combustíveis terão, a partir da semana que vem, preços diferentes para o consumidor nacional e o estrangeiro.
No caso do Brasil, os preços cobrados pelos postos
nacionais têm levado proprietários de carros a buscar
combustível do outro lado da
fronteira.
O anúncio foi feito ontem
pelo secretário nacional de
Energia, Daniel Camerón.
De acordo com Camerón, o
estabelecimento de preços
diferenciados tem como objetivo limitar a sobrevenda
de combustíveis a consumidores de países limítrofes.
""Entre 1,5% e 2% do óleo diesel sai do país", disse.
A medida vai atingir a venda do diesel, da gasolina e do
gás.
""Em geral, os consumidores estrangeiros que compram na Argentina estão entrando no país com tanques
adicionais. De repente, dá a
impressão de que se está estabelecendo um comércio
formiga de combustíveis",
afirmou o secretário.
Em fevereiro, reportagem
da Folha mostrou que a
compra de combustíveis por
parte de brasileiros ocorre
em diversos pontos das fronteiras com Argentina, Venezuela e Bolívia.
Há casos de brasileiros
que compram gasolina do
outro lado da fronteira e a
revendem usando como
ponto de venda suas próprias casas, utilizando os
postos estrangeiros como
atacado e tendo lucro.
O governo argentino ainda
não determinou os valores
que serão cobrados dos consumidores estrangeiros.
A Folha apurou que o preço da gasolina comum na Argentina está pouco acima de
R$ 1 (menos da metade do
cobrado no Brasil).
Em maio, faltou diesel na
Argentina e petrolíferas, incluindo a Petrobras, se comprometeram a importar o
produto.
A defasagem de preços entre Argentina e Brasil acontece porque há um ano os
combustíveis estão congelados, devido a acordo de preços entre empresas e o governo Kirchner.
O governo do Chile classificou de "discriminatória" a
medida argentina e afirmou
que ela pode ter impacto nos
custos de transporte entre os
dois países.
Colaborou Flávia Marreiro, de Buenos Aires
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