São Paulo, terça-feira, 11 de julho de 2006

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ENERGIA

Argentina aumenta preço de combustível para estrangeiro

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Preocupado com a forte demanda por combustível na região de fronteira, especialmente por brasileiros e chilenos, o governo argentino determinou que os combustíveis terão, a partir da semana que vem, preços diferentes para o consumidor nacional e o estrangeiro.
No caso do Brasil, os preços cobrados pelos postos nacionais têm levado proprietários de carros a buscar combustível do outro lado da fronteira.
O anúncio foi feito ontem pelo secretário nacional de Energia, Daniel Camerón. De acordo com Camerón, o estabelecimento de preços diferenciados tem como objetivo limitar a sobrevenda de combustíveis a consumidores de países limítrofes. ""Entre 1,5% e 2% do óleo diesel sai do país", disse.
A medida vai atingir a venda do diesel, da gasolina e do gás.
""Em geral, os consumidores estrangeiros que compram na Argentina estão entrando no país com tanques adicionais. De repente, dá a impressão de que se está estabelecendo um comércio formiga de combustíveis", afirmou o secretário.
Em fevereiro, reportagem da Folha mostrou que a compra de combustíveis por parte de brasileiros ocorre em diversos pontos das fronteiras com Argentina, Venezuela e Bolívia.
Há casos de brasileiros que compram gasolina do outro lado da fronteira e a revendem usando como ponto de venda suas próprias casas, utilizando os postos estrangeiros como atacado e tendo lucro.
O governo argentino ainda não determinou os valores que serão cobrados dos consumidores estrangeiros.
A Folha apurou que o preço da gasolina comum na Argentina está pouco acima de R$ 1 (menos da metade do cobrado no Brasil).
Em maio, faltou diesel na Argentina e petrolíferas, incluindo a Petrobras, se comprometeram a importar o produto.
A defasagem de preços entre Argentina e Brasil acontece porque há um ano os combustíveis estão congelados, devido a acordo de preços entre empresas e o governo Kirchner.
O governo do Chile classificou de "discriminatória" a medida argentina e afirmou que ela pode ter impacto nos custos de transporte entre os dois países.


Colaborou Flávia Marreiro, de Buenos Aires


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