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CERVEJAS
Grupo Petrópolis, da Itaipava, encosta na Femsa, da Kaiser
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Está aberta a disputa das
cervejarias pelo terceiro lugar no ranking das maiores
empresas do setor. Em junho, mês de Copa do Mundo
e demanda aquecida, a cervejaria Petrópolis, dona das
marcas Itaipava e Cristal, obteve 7% de participação de
mercado. Há um ano, a taxa
era menor: 5,2%.
A Femsa, grupo mexicano
que controla a Kaiser há seis
meses, tem hoje 7,3% do
mercado, contra 8,8% em junho de 2005.
Pela primeira vez, as duas
empresas estão num patamar muito próximo em termos de "market share". Cada
ponto percentual equivale a
uma venda de R$ 100 milhões -a Itaipava engordou
em quase dois pontos a sua
participação em um ano. A
empresa é comandada por
Walter Faria, um ex-distribuidor da Schincariol que foi
denunciado pelo Ministério
Público por formação de
quadrilha enquanto trabalhava na Schin anos atrás -a
denúncia foi acatada pela
Justiça em março. O processo está em andamento. Ele
nega as acusações.
Já a Femsa, que em janeiro
comprou 68% da Kaiser por
US$ 68 milhões, continua a
amargar perdas. A cervejaria
está atualmente em reestruturação, mudou o presidente
em março, demitiu pessoal e
planeja reforçar a venda de
marcas de maior valor agregado. Mas não deslanchou
ainda sob a nova administração, segundo os números.
Em maio, a Femsa tinha
7,6% de participação e caiu
para 7,3% no mês passado.
Calcula-se, segundo apurou a Folha com redes varejistas de supermercados, que
cerca de 70% das vendas da
Itaipava acontecem no auto-serviço (lojas), e não nos bares e restaurantes. É nesse
canal que a empresa trabalha para "roubar" mercado
alheio. Atualmente, Kaiser e
Itaipava praticam preço semelhante, de R$ 0,93 a R$
0,95 a lata no supermercado.
A questão de preço praticado é importante porque as
marcas podem promover
"guerra de preços" para
"comprar mercado" -ou seja, podem reduzir muito o
valor de etiqueta da mercadoria para "fazer" venda em
um curto espaço de tempo e,
com isso, ganhar "share".
No topo do ranking, a AmBev (Brahma, Skol, Antarctica) mantém o seu bolo do
mercado, com 68,8% de participação em junho, mesma
taxa de maio. Há um ano, em
junho de 2005, o número era
menor: 67,9%. Ampliou sua
participação num mês importante, de vendas aquecidas por conta dos jogos da
Copa do Mundo.
O grupo Schincariol perdeu mercado: passou de
12,5% em maio para 12,3%
em junho. Tinha 12,9% em
junho de 2005.
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