ALESSANDRA BLANCO
de Nova York

A Bolsa de Nova York voltou a fechar em baixa ontem devido ao nervosismo dos investidores com a possibilidade de impeachment do presidente Bill Clinton.
O índice Dow Jones, que reúne as 30 ações mais negociadas, fechou com queda de 249,48 pontos, ou 3,17%, a 7.615,54 pontos. Com a queda de ontem, o índice também está 3,7% abaixo de quando começou o ano e chegou a 18,4% abaixo de seu recorde de 9.337,97 pontos, atingido em 17 de julho.
O índice Nasdaq também fechou em baixa ontem, de 2,4%.
O motivo apresentado pelos investidores para a queda seria a insegurança provocada pela entrega do relatório do promotor independente Kenneth Starr sobre o caso Monica Lewinsky ao Congresso dos EUA, que pode levar ao impeachment de Clinton.
Partes do relatório deverão ser colocadas na Internet em breve para conhecimento público. O resultado disso -com tendência a ser desfavorável ao presidente- também deverá se refletir nas negociações da Bolsa nos próximos dias.
"É difícil prever o que acontecerá no mercado depois que o conteúdo do relatório for conhecido. Há uma grande incerteza quanto à posição do Congresso e o futuro do presidente. Isso deixa o investidor nervoso", disse o investidor-sênior da Brean, Murray & Co., Peter Coolidge.
De acordo com analistas, é fundamental nos EUA ter um presidente com liderança suficiente para manter a economia do país forte. No entanto, segundo o responsável pelo departamento da América Latina da Lehman Brothers, Carlos Guimarães, há hoje uma falta de liderança global, que vem agravando a crise financeira no mundo, porque os presidentes dos EUA, Rússia, Japão e Alemanha passam por problemas pessoais e não têm condições para liderar um combate contra essa crise.
Também o dólar caiu ontem em relação ao marco e ao iene devido à instabilidade provocada pelo caso Lewinsky e o temor com relação à crise na América Latina.
No final do dia, cada dólar estava valendo 1,6840 marcos, contra 1,7195 no dia anterior, e 134,40 ienes, contra 136,70 ienes anteriormente.



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