São Paulo, sexta, 11 de setembro de 1998

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Déficit cresce 20% nos EUA e chega a US$ 56,5 bilhões

de Nova York

O déficit de conta corrente dos EUA, que inclui, além do comércio internacional de bens e serviços, o fluxo de investimentos entre países e pagamentos feitos diretamente de governo para governo, aumentou 20% no segundo trimestre do ano, de abril a junho. A informação é do Departamento de Comércio norte-americano.
O déficit atingiu uma cifra recorde de US$ 56,5 bilhões.
No primeiro trimestre do ano, o déficit chegou a US$ 46,7 bilhões. A previsão é que o déficit total de 1998 possa chegar a US$ 200 bilhões, o que será o pior valor já atingido desde que o governo norte-americano começou a fazer essa contagem, logo após a Segunda Guerra Mundial.
Os motivos para esse déficit ainda são a crise asiática, que fez com que as exportações de produtos norte-americanos para países da Ásia caíssem sensivelmente, enquanto a entrada de produtos asiáticos nos EUA cresceu.
Isso porque, com a desvalorização das moedas desses países, seus produtos são vendidos no mercado norte-americano por preços menores do que os das empresas locais.
Apenas o déficit de produtos dos EUA atingiu o recorde de US$ 64,8 bilhões no segundo trimestre, 16% maior que o déficit do primeiro trimestre, enquanto o superávit dos EUA em serviços cresceu apenas 1%, para US$ 20,9 bilhões.
A expectativa dos analistas é que esse déficit continue a crescer, com a crise financeira tendo se espalhado primeiro para a Rússia e agora para a América Latina e Canadá, grandes mercados para os produtos norte-americanos.

Perdas
Algumas empresas, como Protector & Gamble e Coca-Cola, já anunciaram que deverão ter perdas de ganhos no terceiro trimestre do ano, devido à queda de exportação para a América Latina, o que se refletirá no déficit.



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