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POLÍTICA MONETÁRIA
Instituição espera que mercado se auto-regule com as perdas provocadas pela queda do dólar
Oferta de hedge cairá aos poucos, diz BC
do FolhaNews
O diretor de Política Monetária
do Banco Central, Luiz Fernando
Figueiredo, disse ontem que a instituição só vai deixar de fazer leilões de títulos cambiais (NBC-Es)
de curto e longo prazo quando
sentir que isso não vai causar
"frisson" no mercado.
Segundo ele, a intenção do BC é
diminuir a oferta de hedge de dólar de forma gradual.
"O Banco Central tem de fazer o
possível para que o mercado se
regule por si mesmo", disse Figueiredo, que esteve ontem em
São Paulo.
"Só vamos deixar de atuar no
mercado quando acharmos que
ele aprendeu a atuar no regime de
câmbio flexível, e isso só acontece
por meio de perda", disse Figueiredo. "É claro que quem comprou
títulos com dólar a R$ 2 não gostou (da recente queda da cotação)", disse.
Figueiredo disse que o BC só começou a leiloar títulos cambiais
em 20 de agosto, quando o dólar
estava próximo da cotação de R$
2, porque sentiu que o sistema de
câmbio flutuante não estava funcionando bem. Desde então o dólar baixou -fechou ontem a R$
1,876.
Figueiredo disse que o BC não
atuou ontem no mercado de câmbio oferecendo títulos cambiais
de curto prazo porque não achou
necessário.
Na última quarta-feira, o BC
ofereceu NBC-Es de sete meses,
mas acabou recusando as propostas devido à dispersão das taxas.
O BC fez o reprise do leilão anteontem, quando foi então bem-sucedido.
Pressão
Figueiredo disse não acreditar
que o dólar voltará a subir nos
próximos dias devido à pressão
de vencimentos de dívida que se
concentram neste mês. Para ele, a
tendência dos últimos dias é de
baixa.
Juros
O diretor do Banco Central disse acreditar que no máximo em
um ano os juros para o consumidor deverão cair significativamente, como efeito das recentes
medidas da instituição.
Ele afirmou que a redução do
compulsório para depósitos a
prazo e à vista ainda não foi sentida nos caixas dos bancos, mas,
mesmo assim, vários deles já reduziram as taxas de juro para pessoas físicas.
"É claro que, se em um ano nada tiver acontecido, alguma coisa
precisará mudar."
Ele disse que num prazo de 15 a
30 dias terá uma avaliação e estudo de novas medidas para fazer
com que os bancos reduzam os
juros para o consumidor.
O diretor do BC não quis entrar
em detalhes sobre quais seriam
essas medidas.
Concorrência
Figueiredo discordou da tese de
que o dinheiro que sobrará aos
bancos, devido às reduções dos
recolhimentos compulsórios, seja
destinado para aplicações de títulos públicos de alta remuneração,
em vez de ir para o crédito ao consumidor.
Ele admitiu, no entanto, que o
efeito da redução do compulsório
não será repassado totalmente ao
crédito, contribuindo para a redução dos juros ao consumidor.
Ele disse que a concorrência entre os bancos terá um papel importante para fazer com que os juros ao consumidor caiam.
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