LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Vasp, que tem uma dívida de R$ 1,8 bilhão com seus fornecedores, iniciou um processo para a criação de uma nova companhia, a Vasp Regional. A Folha apurou que o objetivo de seu presidente, Wagner Canhedo, é criar uma empresa sem débitos atrasados e assim deflagrar um processo de expansão de seus negócios em aviação comercial.
A Vasp é a empresa de grande porte da aviação comercial brasileira que mais registrou queda na venda de bilhetes neste ano. Conforme dados do DAC (Departamento de Aviação Civil), a companhia registrou uma diminuição de 10,1% na venda de bilhetes entre janeiro e novembro deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado.
A Varig, que enfrenta a maior crise da sua história, teve uma retração de 6,1%. A TAM registrou um aumento de 18%.
A taxa de ocupação dos 26 Boeing e três Airbus da Vasp caiu de 61% nos primeiros 11 meses do ano passado para 55% no acumulado de 2002. O prejuízo no primeiro trimestre foi de R$ 50,3 milhões. A Vasp não apresentou balanços dos trimestres seguintes, pois conseguiu autorização da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para refazer cálculos nos relatórios financeiros.
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) teria sido sondado sobre a criação da Vasp Regional. A Vasp criaria uma empresa sem débitos, o que facilitaria o financiamento para compra de aeronaves da Embraer. A Vasp negou que esteja criando nova empresa. Disse que sua meta é ser ressarcida em R$ 2,8 bilhões pela União.


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