DA REPORTAGEM LOCAL

Na segunda-feira, durante pouco mais de uma hora, Abilio dos Santos Diniz, 65 -à frente do grupo desde 1993-, fez o que sabe fazer. Com frases curtas, poucos sorrisos, deu a impressão aos funcionários, em reunião fechada na sede da empresa, de que o plano de gestão da empresa é sucesso certo.
Deu alguns detalhes sobre o projeto e pareceu ter convencido os empregados de que a sua saída, na prática, não é uma saída. Abilio Diniz age desta forma: com habilidade. Quando assumiu o controle acionário da empresa, após comprar parte dos irmãos Alcides, Arnaldo, Sônia e Vera, em 1993, tinha nas mãos um problema. A empresa era recheada de conflitos familiares e resultados tímidos.
Nos anos seguintes, decidiu profissionalizar o negócio, abriu o capital da cadeia e vendeu 25% da rede para o grupo francês Casino -inimigo número um de seu principal rival, o Carrefour. De 1997 a 2001, triplicou o lucro operacional da rede. E ultrapassou, em 2000, o Carrefour na liderança.
Quem trabalha com ele diz que tem o "pavio curto", é pragmático e determinado. "Acabamos nos acostumando com alguns de seus murros na mesa", diz um ex-funcionário.


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