São Paulo, quarta-feira, 11 de dezembro de 2002

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VIZINHO EM CRISE

Prat Gay é indicado

Prat Gay é indicado Ex-JP Morgan deve assumir BC argentino

DE BUENOS AIRES

O presidente da Argentina, Eduardo Duhalde, indicou, na noite de segunda-feira, o economista Alfonso Prat Gay, 37, para ocupar a presidência do Banco Central do país. Prat Gay deve substituir o presidente demissionário do BC, Aldo Pignanelli, que renunciou após disputas com o ministro da Economia, Roberto Lavagna.
Ex-funcionário do banco JP Morgan em Londres, Prat Gay chefiava, até 2001, a área de mercados cambiais do banco. Graduado em economia na Universidade Católica Argentina e doutor pela Universidade da Pensilvânia, Prat Gay regressou à Argentina a pedido do ex-ministro da Economia Domingo Cavallo.
A queda de Cavallo e a rejeição do Senado, porém, adiaram os planos de integrar a equipe que comanda o BC argentino. Agora, para aceitar o posto de presidente do banco, Prat Gay solicitou que receba aprovação do mesmo Senado e que possa indicar o vice-presidente da instituição.

Flexibilidade
Apesar de ser considerado um economista ortodoxo, algumas de suas decisões podem escapar às formas tradicionais de conduzir a economia. Em junho de 2000, o conceituado diário econômico "Financial Times" dedicou a ele um texto que se intitulava "Mais tradicional, mais heterodoxo".
A escolha de um economista mais flexível para ocupar o cargo pode, na avaliação do governo, facilitar o convívio com o ministro da Economia. Atritos sobre a condução da economia, como os que resultaram na renúncia dos dois últimos presidentes do BC, poderiam ser evitados.
Prat Gay já manifestou várias vezes concordância com os rumos que o ministro Roberto Lavagna vêm definindo para a economia argentina. O futuro presidente do BC, como Lavagna, apoiou o fim da conversibilidade e é contra a obrigatoriedade de trocar por títulos públicos os depósitos retidos nos bancos.
Prat Gay apóia a manutenção do nível das reservas internacionais do país, mesmo que isso signifique deixar de pagar compromissos com instituições financeiras internacionais. Em novembro, por decisão de Lavagna, a Argentina deixou de pagar US$ 805 milhões ao Banco Mundial.
Segundo o chefe do Gabinete de Ministros, Alfredo Atanasof, Prat Gay "será um defensor das reservas [internacionais" e contribuirá para manter a estabilidade monetária e cambial e a recuperação do sistema financeiro".


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