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VIZINHO EM CRISE
Prat Gay é indicado
Prat Gay é indicado Ex-JP Morgan deve assumir BC argentino
DE BUENOS AIRES
O presidente da Argentina,
Eduardo Duhalde, indicou, na
noite de segunda-feira, o economista Alfonso Prat Gay, 37, para
ocupar a presidência do Banco
Central do país. Prat Gay deve
substituir o presidente demissionário do BC, Aldo Pignanelli, que
renunciou após disputas com o
ministro da Economia, Roberto
Lavagna.
Ex-funcionário do banco JP
Morgan em Londres, Prat Gay
chefiava, até 2001, a área de mercados cambiais do banco. Graduado em economia na Universidade Católica Argentina e doutor
pela Universidade da Pensilvânia,
Prat Gay regressou à Argentina a
pedido do ex-ministro da Economia Domingo Cavallo.
A queda de Cavallo e a rejeição
do Senado, porém, adiaram os
planos de integrar a equipe que
comanda o BC argentino. Agora,
para aceitar o posto de presidente
do banco, Prat Gay solicitou que
receba aprovação do mesmo Senado e que possa indicar o vice-presidente da instituição.
Flexibilidade
Apesar de ser considerado um
economista ortodoxo, algumas de
suas decisões podem escapar às
formas tradicionais de conduzir a
economia. Em junho de 2000, o
conceituado diário econômico
"Financial Times" dedicou a ele
um texto que se intitulava "Mais
tradicional, mais heterodoxo".
A escolha de um economista
mais flexível para ocupar o cargo
pode, na avaliação do governo, facilitar o convívio com o ministro
da Economia. Atritos sobre a condução da economia, como os que
resultaram na renúncia dos dois
últimos presidentes do BC, poderiam ser evitados.
Prat Gay já manifestou várias
vezes concordância com os rumos que o ministro Roberto Lavagna vêm definindo para a economia argentina. O futuro presidente do BC, como Lavagna,
apoiou o fim da conversibilidade
e é contra a obrigatoriedade de
trocar por títulos públicos os depósitos retidos nos bancos.
Prat Gay apóia a manutenção
do nível das reservas internacionais do país, mesmo que isso signifique deixar de pagar compromissos com instituições financeiras internacionais. Em novembro, por decisão de Lavagna, a Argentina deixou de pagar US$ 805
milhões ao Banco Mundial.
Segundo o chefe do Gabinete de
Ministros, Alfredo Atanasof, Prat
Gay "será um defensor das reservas [internacionais" e contribuirá
para manter a estabilidade monetária e cambial e a recuperação do
sistema financeiro".
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