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MERCADO ABERTO
Setubal propõe isenção ao setor privado
A isenção de imposto para investimentos estrangeiros em
títulos públicos deveria ser
estendida também para os
papéis a serem emitidos pela iniciativa privada. Seria um incentivo a mais para aumentar o investimento no país.
A proposta é de Roberto Setubal, presidente do Banco Itaú. Segundo ele, a idéia de desoneração
dos investimentos estrangeiros
em títulos públicos é benéfica
porque contribui para o alongamento da dívida. "O investidor
estrangeiro tem mais apetite em
comprar papéis com vencimento
de mais longo prazo."
O problema, no entanto, para
Setubal, é que o setor privado
não deve ficar de fora. Se a desoneração de impostos para investimentos estrangeiros for estendida à iniciativa privada, Setubal
diz que as empresas terão condições de emitir debêntures com
vencimentos de cinco a dez anos,
o que ajudaria bastante as empresas a melhorar o seu "funding". "O setor privado não pode
ser discriminado, até porque será
quem fará os investimentos", diz
Setubal. "A isenção deve ser direcionada também para a produção, e não só para o Tesouro".
Sobre as perspectivas de queda
de juros neste ano, Setubal diz
que as taxas cobradas pelos bancos podem não acompanhar a
mesma velocidade da baixa prevista para a Selic. A Selic está hoje
em 17,25%, e ele acredita que feche o ano entre 14,5% e 15%.
Para ele, o ritmo de redução
dos juros cobrados pelos bancos
depende principalmente do nível
de inadimplência. Se ela cair com
maior velocidade, os juros bancários também diminuirão mais
rapidamente. A inadimplência,
segundo ele, subiu muito no ano
passado em decorrência da desaceleração da economia.
Otimista, Setubal não acredita
que a campanha eleitoral provoque solavancos na economia, como em 2002. "Todas as opções
que se apresentaram até agora
me parecem bastante boas para o
Brasil", diz o presidente do Itaú.
CACHIMBO DA PAZ
Guido Mantega (BNDES) se
reuniu na sexta em SP com a diretoria da Abimaq para discutir a
nova linha a ser criada pelo banco para financiar a importação
de máquinas. A Abimaq temia a
compra de bens já fabricados no
país. Mantega negou o risco, pois
a linha irá se basear na lista de ex-tarifários (isentos de impostos
na importação por não terem similar nacional) da Camex. A
Abimaq ficou satisfeita. A nova
linha deve ter orçamento de US$
100 milhões e atender mais as indústrias têxtil e calçadista.
BANCA DE PÃO QUENTE
Frases espirituosas e desenhos pop são a base do segredo do sucesso das sócias Susana Jeha, 34, e Débora Suconic, 40, da Banca de Camisetas, que nasceu há três anos
na Vila Madalena, em SP.
"Nesse período, a gente expandiu e, de cara, a banca "pegou". Mas, no começo, era
uma mistura de caixa de fósforos com microondas", diz
Jeha, em alusão à banca de revistas onde o negócio começou, mas com camisetas. Hoje, já são sete pontos-de-venda na capital paulista, cada
um com saída de mil camisetas por mês. Para 2006, elas
têm plano de expansão que
inclui o desenvolvimento de
uma franquia. "Já tivemos
propostas para lojas até na
Europa. Mas resolvemos ir
com calma", explica. A idéia é
que, até o fim do ano, haja
cinco lojas franqueadas em
diferentes regiões do país.
SAMBA CHIC
Depois de um longo período no grupo de acesso, a escola de
samba carioca Acadêmicos da Rocinha, formada por membros da comunidade da favela, volta ao Sambódromo da Marquês de Sapucaí no grupo especial e se prepara para ter um carnaval três vezes maior que o de 2005. "A escola está preparada
para chegar à competição com qualidade, coesão, harmonia e
motivação", diz o empresário Maurício Mattos, presidente da
escola, que está à frente da revista oficial "Rio, Samba & Carnaval" e tem camarote no sambódromo com visitação VIP de
empresários. Com mais de 35 anos de experiência no ramo do
Carnaval, Mattos implementou um sistema empresarial na escola e criou diferentes setores de gestão. Para 2006, a Acadêmicos da Rocinha conta com orçamento de R$ 5,9 milhões. Do
montante, R$ 3,4 milhões vêm de ajuda oficial, e o restante, de
um pool de patrocinadores formado por várias empresas.
EMPREGO CRESCE
O emprego formal na construção civil cresceu 5,9% no ano
passado em relação a 2004,
quando a alta havia sido de 3%.
O resultado, que será divulgado
amanhã pelo SindusCon-SP, em
conjunto com a GVconsult, foi
impulsionado pelo segmento de
serviços. Responsável por cerca
de 20% do total de vagas com
carteira do setor, esse ramo cresceu 34,02% em 2005. Já o segmento de obras, com peso de
80% nos postos de trabalho,
cresceu só 1,02%. A alta de 5,9%
equivaleu a 75.940 vagas.
TIPO EXPORTAÇÃO
A Embratur já tem o nome das
agências que trabalharão na promoção do Brasil no exterior, em
contrato com valor de R$ 15 milhões, sendo R$ 7 milhões só para este ano: a Máquina da Notícia/Grey e a FSB/Ogilvy.
TENDÊNCIA
Haverá de 15 a 20 aberturas de
capital neste ano, com a disseminação do conceito de corporação
(empresa com controle pulverizado). A avaliação é do Credit
Suisse, responsável, em 2005, por
50% das operações realizadas.
ANTECIPAÇÃO
O Carnaval nem chegou, mas a
rede Amor aos Pedaços já elevou
a produção de doces e ovos para a
Páscoa. Além da antecipação, tem
montado quiosques em shoppings e showroom em empresas
para vender 25% a mais na data.
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