São Paulo, terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

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Máquinas puxam indústria de 5 Estados

IBGE mostra que setor alcançou incremento em todas as regiões do país no ano passado, o que não ocorria desde 2004

Nos últimos três meses de 2007, expansão industrial de SP ficou em 9,4%; Estado cresce continuamente há 17 trimestres, diz pesquisa

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A produção da indústria cresceu nas 14 regiões brasileiras pesquisadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2007, com destaque para os locais mais focados na produção de bens de capital (máquinas e equipamentos) e bens duráveis (automóveis e eletrodomésticos). Desde 2004, a expansão não atingia todas as áreas.
Os melhores desempenhos ficaram com Minas Gerais (8,6%), Rio Grande do Sul (7,5%), Espírito Santo (7,5%), Paraná (6,7%) e São Paulo (6,2%) -todas, acima do crescimento médio nacional de 6%.
Nessas áreas, concentram-se fábricas de veículos, de máquinas e equipamentos (especialmente agrícolas nos Estado do Sul), eletrodomésticos, autopeças, refinarias de petróleo e usinas de açúcar e álcool.
A produção de todos esses ramos aumentou com força na esteira das melhores condições de crédito e do aumento da renda e do emprego, diz Denise Cordovil, economista do IBGE.
"Os setores de bens de capital e duráveis foram os que tiveram os melhores resultados e eles têm forte presença na estrutura industrial nesses Estados", diz. Em Minas, contribuiu a mineração de ferro, prioritariamente voltada à exportação.
Responsável por cerca de 40% da produção do país, a indústria de São Paulo foi impulsionada pelos ramos de máquinas e equipamentos (16,2%), veículos automotores (15,3%) e material eletrônico e de comunicações (13,7%). Dos 20 setores, 17 tiveram taxas positivas.
Há 17 trimestres, a indústria paulista cresce continuamente na comparação com o mesmo período do ano anterior. Nos últimos três meses de 2007, a expansão ficou em 9,4%, maior marca desde o terceiro trimestre de 2004. Em dezembro, a produção da indústria de São Paulo subiu 8,2% ante o mesmo mês de 2006.
Na comparação com novembro livre de efeitos sazonais, houve queda de 0,5%, a segunda taxa negativa consecutiva. Para o IBGE, trata-se de uma acomodação, após a forte expansão de meses anteriores.
De novembro para dezembro, a produção caiu em 7 das 14 áreas. Os destaques negativos ficaram com Santa Catarina (-3,9%), Goiás (-2,7%) e Minas Gerais (-1,1%).

Câmbio
Alguns locais tiveram a produção afetada pelo câmbio, que reduz a competitividade das exportações e amplia a concorrência dos importados, segundo o economista Sérgio Vale, da MB Associados. Foi o caso de Amazonas (alta de 4,5% no acumulado do ano), Ceará (0,3%), Bahia (2%) e Goiás (2,3%).
Ramos como calçados, eletroeletrônicos e celulares, entre outros, perderam espaço para importados ou reduziram exportações em razão da valorização do real.
Segundo Cordovil, o menor ritmo da indústria de alimentos, forte no Nordeste e em Goiás, também explica o desempenho mais modesto dessas áreas. No Rio, o crescimento foi de 2,1%, prejudicado por paradas em plataformas de produção de petróleo.


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