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DF e 5 Estados lideram guerra fiscal
da Sucursal de Brasília
São Paulo, Ceará, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Sul e
Distrito Federal foram as unidades
da federação que, nos últimos dois
anos, mais se preocuparam em
criar estímulos para atrair investimentos.
Foi o que concluiu um levantamento da CNI (Confederação Nacional da Indústria) sobre políticas de apoio à indústria, divulgado
ontem.
O estudo mostra, embora sem
indicar valores, a que ponto chegou a guerra fiscal por investimentos travada entre os Estados
brasileiros. Estudos feitos no governo federal apontam que, nessa
disputa, os incentivos oferecidos
por todos acabam se anulando, e o
resultado acaba sendo simples
perda de arrecadação.
O Estado de São Paulo criou
quatro novos programas de incentivo no período. Dois deles financiam, a fundo perdido, pesquisas
tecnológicas feitas em parceria
com institutos de pesquisa.
Os fundos estaduais de incentivo
ao desenvolvimento social e econômico concedem financiamentos com juros de 5% ao ano a projetos que estimulem a criação de
empregos e o desenvolvimento
tecnológico.
O Distrito Federal também
criou, no final de 1996, um programa de desenvolvimento econômico que oferece empréstimos
de até 70% do ICMS para projetos
de implantação e modernização
industrial.
Para o presidente da CNI, senador Fernando Bezerra
(PMDB-RN), os incentivos são legítimos e devem ser oferecidos,
mas o governo precisa estabelecer
limites para evitar o agravamento
das desigualdades regionais.
"As políticas isoladas dos Estados estão, na prática, fomentando
o fortalecimento dos Estados mais
fortes e o enfraquecimento dos
mais fracos", disse Fernando Flexa, presidente do Conselho de Desenvolvimento Regional da CNI.
Para contornar a "total ausência
de planejamento público" na área
de desenvolvimento industrial, o
presidente da CNI afirmou que a
entidade está preparando uma
proposta de política de desenvolvimento industrial.
Outra consequência da guerra
fiscal, segundo Flexa, é a disputa
que começa a acontecer também
entre municípios.
ICMS
O levantamento mostra que 18
Estados estão abrindo mão de parte da arrecadação do ICMS para
atrair novos investimentos. Isso é
feito por meio da redução das alíquotas do imposto.
Essa estratégia tem adeptos em
todos os partidos. Foi adotada não
só por governadores do PFL,
PMDB e PSDB, mas também por
governadores eleitos pelo PT e pelo PSB. O objetivo é atrair empresas para seus Estados.
Há até casos de Estados (17) que
oferecem financiamento -por
meio de bancos estaduais- para
as empresas pagarem o ICMS.
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