São Paulo, Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 1999
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MONITORAMENTO
Missão técnica retorna a Washington sem concluir revisão dos termos do acordo com o Brasil
FMI vai embora sem revisar acordo

Ichiro Guerra - 31.jan.99/Folha Imagem
A italiana Teresa Ter-Minassian, do FMI, cuja missão volta hoje para os EUA sem ter concluído revisão do acordo firmado com o Brasil


da Sucursal de Brasília

A missão técnica do FMI (Fundo Monetário Internacional) retorna hoje para Washington sem ter concluído a revisão do acordo com o Brasil. Os trabalhos só deverão ser finalizados dentro de uma a duas semanas. Para isso, o Brasil enviará no domingo uma missão técnica aos EUA, que será coordenada pelo secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Amaury Bier.
Depois de 12 dias de reuniões com a equipe econômica, os técnicos do Fundo, coordenados pela italiana Teresa Ter-Minassian, fecharam vários pontos da revisão do acordo. A divulgação desses pontos, porém, só será feita após a direção do FMI aprovar os novos termos do acordo.
Já foi divulgado, por exemplo, que o superávit primário do setor público em 1999 deverá ficar entre 3% e 3,5% do PIB (Produto Interno Bruto, que mede a soma das riquezas produzidas no país). Pelo acordo original, esse resultado deveria ser de 2,6% do PIB em 99, 2,8% em 2000 e 3% em 2001.
Superávit primário é quanto o governo economiza de suas receitas para pagar suas dívidas.
O governo decidiu manter inalterada a participação dos Estados e dos municípios na meta de superávit primário, que é de 0,4%. Ou seja, o governo federal será o principal responsável pelo esforço fiscal necessário para alcançar a nova meta.
A taxa de inflação em dezembro deverá ficar em no máximo 0,8%, índice que indica uma taxa anualizada abaixo de 10%. No acordo original, o governo projetava inflação de 2% neste ano. Com a desvalorização do real em relação ao dólar, essa inflação será maior, mas o governo não a divulgou oficialmente.
Em algumas projeções discutidas com os técnicos do Fundo, o governo estimou inflação média de 7,8% neste ano abaixo do que espera o mercado. Também foi feita uma projeção de queda do PIB entre 2,5% e 3% neste ano, superior à queda de 1% prevista no acordo original, assinado em novembro do ano passado.
A queda no nível de atividade econômica também terá impacto sobre a receita arrecadada com tributos federais, que deverá cair de R$ 136 bilhões, previstos no Orçamento Geral da União, para R$ 130 bilhões, conforme projeção concluída nesta semana.


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