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Para BID, economia da América
Latina ficará estagnada neste ano
DA ENVIADA ESPECIAL A FORTALEZA
O BID (Banco Interamericano
de Desenvolvimento) espera crescimento zero da economia na
América Latina e no Caribe neste
ano e recuperação econômica
modesta da região em 2003.
As perspectivas foram anunciadas ontem pelo presidente do
BID, Enrique Iglesias, no discurso
de abertura da 43 ª Reunião Anual
da Assembléia de Governadores
da instituição.
Para Iglesias, os países devem
priorizar medidas para impulsionar o crescimento econômico, reduzir os custos sociais provocados pela estagnação e diminuir a
vulnerabilidade da região.
Um dos principais meios para
isso, afirmou o presidente do BID,
é o incentivo à formação de poupança interna e aos investimentos. Além disso, ele acredita que é
preciso avançar nas reformas financeiras, trabalhistas, comerciais e tributárias.
População insatisfeita
Iglesias ressalvou que existe
uma profunda insatisfação da população da região com relação às
reformas estruturais. Citou que
66% dos latino-americanos têm
uma visão pessimista das perspectivas para a região.
Estudo feito pelo Departamento
de Pesquisa do BID mostra que as
reformas não geraram o crescimento econômico esperado,
agravaram os problemas de distribuição de renda e aumentaram
a instabilidade macroeconômica.
A estagnação prevista por Iglesias para este ano retrata a piora
da situação econômica da região.
No ano passado, América Latina e
Caribe cresceram 1%.
Iglesias criticou assim o protecionismo dos países desenvolvidos: "Se as barreiras ao comércio
em agricultura e têxteis pudessem
ser reduzidas à metade, a renda
dos países em desenvolvimento
aumentaria em mais de US$ 200
bilhões nos próximos 15 anos".
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