São Paulo, terça-feira, 12 de março de 2002

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Zoellick deixa brecha aberta para revisão da cota de aço do Brasil

CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O secretário de Comércio dos EUA, Robert Zoellick, deixou uma brecha aberta ontem para uma possível revisão da cota de importação de aço oferecida ao Brasil, ao lembrar que seu governo terá 120 dias para analisar pedidos feitos por países e empresas. Mas disse que há setores fechados no Brasil sobre os quais os EUA também querem discutir.
"Para dar um exemplo, nossos fabricantes de automóveis enfrentam tarifas de 35% no Brasil. Essa tarifa é mais alta do que a que será aplicada ao aço brasileiro." O Itamaraty espera convencer Zoellick a melhorar a cota de 2,5 milhões de toneladas de placas semi-acabadas de aço oferecidas ao Brasil. Os americanos aumentaram a cota da Coréia do Sul no fim da semana passada.
O governo brasileiro quer atender ao pedido da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), que, a exemplo da coreana Posco, comprou um siderúrgica americana. Portanto pretende aumentar as vendas de placas de aço para o mercado americano.
Ao deixar o Ministério da Fazenda ontem, onde reuniu-se por mais de duas horas com o ministro Pedro Malan (Fazenda), Zoellick lembrou várias vezes que a cota brasileira preserva 87% das exportações de aço do Brasil para os EUA e disse não acreditar que o país queira o mesmo tratamento oferecido à Coréia do Sul.
"A revisão da Coréia preserva 50% das exportações, enquanto a cota do Brasil preserva 87%", comparou. Segundo ele, as medidas de salvaguarda foram tomadas para ajustar a indústria siderúrgica americana.
"Queremos tempo para ajudar nossa indústria a aumentar sua produtividade com apoio de nossos parceiros para criar uma economia mais forte, e, quando isso ocorrer, vamos importar mais."



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