São Paulo, terça-feira, 12 de março de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Ação da empresa cai 7,7% após divulgação de resultados; Bolsa recua 1,9%, com giro de R$ 449,6 mi

Telesp Celular lidera baixas na Bovespa

DA REPORTAGEM LOCAL

O setor de telecomunicações continuou a definir o comportamento negativo da Bolsa ontem. O Ibovespa fechou com queda de 1,90%, a 13.695 pontos. O volume negociado foi de R$ 449,607 milhões, o menor em um mês.
A maior baixa do dia foi a dos papéis preferenciais da Telesp Celular Participações, que caíram 7,7%. O mercado repercutiu anúncio feito pela empresa ontem de que registrou prejuízo R$ 1,1 bilhão em 2001. Na semana passada, às vésperas da divulgação do resultado, os papéis já haviam liderados as perdas do índice, ao acumular baixa de 13,91%.
Também não foi bem recebida a notícia de que a empresa planeja fazer um aumento de capital de até R$ 2,5 bilhões no próximo trimestre. A maior parte desses recursos será utilizada na redução da dívida em dólar da Global Telecom, subsidiária de telefonia móvel da Telesp Celular nos Estados do Paraná e Santa Catarina.
"Há um temor de que, da forma como a operação está estruturada, ela possa ser prejudicial aos acionistas minoritários", diz Helio Osaki, analista da Finambras.
A baixa dos papéis da Telesp Celular afetou o desempenho de outras ações do setor. Tele Leste Celular PN caiu 5,5%, Tele Celular Sul ON perdeu 5,4%. As ações preferenciais da Embratel se desvalorizaram em 2,93%.
Os papéis ordinários da Telemar, que acumularam queda de 11,62% na semana passada, tiveram leve recuperação e subiram 1,2% ontem. Um mal-entendido durante uma conference call de apresentação de resultados da empresa gerou o mal-estar do mercado com os papéis.
O clima político continuou presente entre os operadores.
A avaliação, segundo Osaki, é que o cenário é tenso: "Mas, enquanto o noticiário não atingir o governo, o mercado continuará à espreita", afirma.
A principal expectativa é pela aprovação do fim da CPMF para aplicações em Bolsa, que deverá ser votada nesta semana. A indefinição faz com que a cautela domine as negociações.
As ações de empresas de siderurgia, abaladas pelo anúncio de sobretaxa entre 8% e 30% para as importações do aço feito pelo governo norte-americano na semana passada, recuperaram parte das perdas ontem. Siderúrgica Nacional ON e Siderúrgica de Tubarão PN subiram 2% cada uma.
(ANA PAULA RAGAZZI)


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